Há três linhas de ação: compra de ações, garantia para refinanciamento e aumento do seguro dos correntistas. A Grã-Bretanha estatiza nesta segunda, dia 13, pelos menos dois grandes bancos.
? Não será um presente para os bancos ? frisou Nicolas Sarkozy, presidente da França e anfitrião do encontro, sobre o resgate europeu.
Uma das contrapartidas será a imposição de regras contábeis mais rígidas. O programa de refinanciamento valerá até o final de 2009 e terá de ser pago em “condições de mercado”, informou o comunicado dos europeus. Apesar do anúncio conjunto, cada país adotará ações específicas.
? O plano que aprovamos tem a vocação de ser aplicado em cada um de nossos Estados-membros com a flexibilidade que se necessite, pela diversidade dos sistemas financeiros e das regras nacionais ?explicou Sarkozy, criticando os mercados por não funcionar como deveriam.
Também poderá haver intervenção direta para “reforçar o capital dos bancos”, destacou o presidente francês. Isso abre caminho para mais estatizações parciais de bancos europeus, como a anunciada ontem pela Noruega sobre o braço no país do islandês Kaupthing.
Alemanha, França e Itália detalharão hoje seus programas. Embora esteja fora da zona do euro, o primeiro-ministro da Grã-Bretenha, Gordon Brown, tentou influenciar os colegas a adotar medidas semelhantes ao plano que começa a implantar hoje.
A bordo de cerca de US$ 60 bilhões, o governo britânico deve comandar a maior estatização recente do sistema financeiro do planeta.
? As decisões que tomaremos ao longo dos próximos dias vão nos afetar durante anos à frente ? justificou Gordon Brown.
Depois de um fim de semana repleto de encontros entre autoridades globais ? G-7, G-20, Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial ?, investidores esperam ações concretas que possam restabelecer a confiança no sistema financeiro global. Apesar da ação combinada, alguns integrantes esperavam mais, caso do primeiro-ministro belga, Yves Leterme:
? Precisamos ir além nas próximas semanas e meses.
Na quarta-feira, haverá uma reunião dos 27 países da União Européia. Conforme Sarkozy, o bloco deve solicitar aos EUA uma reunião de cúpula para “reformar o sistema financeiro internacional”.
Na sexta-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, confirmou que o pacote de US$ 700 bilhões será usado para a compra de fatias de bancos em dificuldades. O modelo é semelhante ao aplicado na Suécia em 1992. Em meio a uma crise bancária, o país nacionalizou todo o sistema financeiro. Anos depois, o governo recuperou quase tudo o que investiu. Ontem, foi anunciada a aprovação da compra do banco Wachovia pelo Wells Fargo nos EUA.