A proposta de Lamy foi criticada pelos ministros da Agricultura dos 27 países integrantes da União Européia, que a classificaram como “desequilibrada” entre os capítulos agrícola e industrial. Com a contraproposta, eles esperam conseguir maiores concessões dos países emergentes no acesso aos seus mercados de bens industriais.
A secretária da França para Comércio Exterior, Anne-Marie Idrac, informou que o texto de Lamy, aceito pelo Brasil, foi recusado pela maioria da UE, especialmente França, Irlanda e Itália. Esses países teriam que reduzir as tarifas de importação mais elevadas sobre produtos agrícolas em 70% e os subsídios internos em 80%.
Para conseguir sair de Genebra com um acordo, os membros da OMC decidiram prorrogar até a próxima quarta-feira as reuniões, anteriormente programadas para terminar no sábado. Ainda falta decidir questões como a lista de produtos tropicais que teriam corte mais rápido nas tarifas e o possível fim do sistema de preferências para a banana dos países do bloco África, Caribe e Pacífico.
Apesar de dizer que o acordo ainda está longe de ser concluído, Mandelson garante que os membros da OMC nunca estiveram tão perto disso “durante os últimos sete anos”.