“Agiremos na contramão de nossa história e em detrimento de nosso capital natural”, diz a carta, referindo-se à aprovação da reforma na legislação ambiental nos termos do acordo fechado por deputados, à revelia do governo. A votação está marcada para esta terça, dia 24, no plenário da Câmara.
A carta defende que o agronegócio expanda suas atividades por meio de padrões de “qualidade, produtividade e competitividade ainda mais avançados”. O documento alega que as expectativas de enfraquecimento do Código Florestal foram suficientes para “reavivar tendências preocupantes” da retomada do desmatamento na Amazônia.
O manifesto lembra ainda que o país tem ameaçado o papel de protagonista no debate de redução das emissões de gases de efeito estufa às vésperas de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que apresentou a carta com outros nove ex-ministros, diz que o desmatamento aumentou somente com a expectativa de votar o Código, por isso quer o adiamento da votação.
? Imagina se aumentou 400% apenas com a expectativa de aprovação da lei, o que vai acontecer se o relatório do deputado Aldo Rebelo for aprovado. Nós queremos o adiamento da votação porque entendemos que o acordo que foi feito não corresponde ao interesse da proteção das florestas brasileiras ? disse Marina.
Para o ex-ministro do Meio Ambiente, Rubens Ricupero, o Brasil já desperta receio devido à competitividade agrícola.
? Já há, há muito tempo, protecionismo, mas agora vamos dar um pretexto, uma bandeja de ouro aos protecionistas porque nos vamos provar que estamos produzindo alimentos em áreas que houve desmatamento ? argumentou Rubens Ricupero.