Para quem trabalha com grãos, a utilização de silos é uma alternativa não só viável como lucrativa. Mas a armazenagem também pode se tornar um pesadelo na vida do produtor. Na verdade, é muito fácil algo dar errado dentro de um silo, já que o produto mantido ali é um organismo vivo, e diversos fatores podem alterar suas características, em processos que vão desde o surgimento de insetos até a perda de qualidade do grão.
Para evitar alterações bruscas dentro da cápsula de armazenamento, uma empresa fabricante de exaustores investiu em um formato inovador no mercado. Diferentemente dos modelos convencionais giratórios, esse aparelho é estático e ainda possibilita a entrada de luz solar no ambiente.
Batizado de Cycloar, ele é resultado de 25 anos de pesquisa da empresa Provent do Brasil Metalúrgica Ltda., de Curitiba (PR). O modelo, exposto na Expodireto Cotrijal, realizada em Não-Me-Toque (RS), entre 5 e 9 de março, foi vencedor do prêmio Gerdau na divisão Agricultura de Escala.
Segundo o fundador da empresa, Werner Uhlmann, o Cycloar veio para corrigir um dos principais defeitos do exaustor convencional, que é a necessidade de manutenção constante. “Esse produto não tem desgaste, pois ele não tem movimento. No caso do exaustor giratório, que eu inclusive trouxe ao Brasil há algumas décadas, há a questão do atrito e a perda de funcionalidade”, comentou.
Por que eu preciso de um exaustor?
O grande perigo na armazenagem em silos é a questão da umidade presente no ar. Quando um silo fica exposto ao sol, por exemplo, o grão começa a perder umidade, que, sem ter espaço para fuga, acaba se condensando no topo do silo, voltando em forma de água para o grão. Com esse processo, é possível que ocorra o surgimento de fungos ou que os grãos percam qualidade para venda.
“Quando a umidade vai embora, um grão de milho, por exemplo, acaba perdendo densidade e, na hora da venda, o produtor precisará de mais grãos para fazer um saco. Além disso, ele pode ficar ardido”, disse Uhlmann.
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Outro ponto positivo na eliminação da umidade sobre o produto armazenado, de acordo com o fabricante, é a diminuição da manutenção por parte dos funcionários. “Quando uma camada superior fica comprometida, para não perder todo o produto é preciso enviar um funcionário para dentro do silo e remover esse material comprometido. São nessas ações que, geralmente, ocorrem os acidentes nos quais os funcionários são engolidos pelos grãos”.
Iluminação
Ainda segundo o empresário, a maior inovação do equipamento está na parte da iluminação. Com isso, o grão fica em condições mais favoráveis, evitando a proliferação de insetos noturnos, como as mariposas.
O produto é patenteado e exclusivo da empresa paranaense e, de acordo com Werner Uhlmann, tem sido exportado até para o Japão, onde é utilizado em granjas. Entre as patentes utilizadas no silo estático, estão os clipes responsáveis por sua fixação. Com eles, é possível desmontar e remover o produto sem o uso de ferramentas.
Cada aparelho custa em torno de R$ 600 e, de acordo com a Provent, a instalação de oito exaustores em um silo padrão se paga em apenas 28 dias de uso.
*O jornalista viajou a convite da Agropess Assessoria
