O grande excedente mundial de açúcar em 2011/2012 e a oferta ampla da Índia também pressionam os preços, de acordo com o executivo. As cotações da commodity recuaram 20% desde o dia 3 de janeiro, devido a expectativas de um aumento do tamanho do excedente global.
Para o executivo, a produção de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil deve atingir 510 milhões de toneladas no ano-safra que começou em 1º de abril – queda de 1,9% devido ao clima seco. A produção de açúcar do país deve continuar estável em torno de 32,8 milhões de toneladas, pois as chuvas recentes aumentam a produtividade de sacarose, afirmou.
No entanto, a produção real de açúcar vai depender dos preços. A desvalorização da moeda brasileira tem pesado sobre os valores do etanol feito nos Estados Unidos.
– Desde 24 de abril, o piso para o etanol americano caiu 2 cents por libra em relação ao etanol brasileiro – disse Kingsman.
Desde 24 de maio, o dólar se valorizou quase 9% ante o real na comparação mensal. Na semana passada, a moeda brasileira atingiu a mínima de três anos. A demanda por etanol feito com açúcar pode oferecer suporte, se os preços do açúcar caírem abaixo da paridade do etanol.
– Se isso acontecer, poderemos perder até 5 milhões de toneladas de açúcar. Mas isso não deve ocorrer porque a taxa de câmbio deve ficar nos níveis atuais – acrescentou.
Segundo o executivo, a consultoria deve aumentar sua estimativa para o excedente global para o ano comercial que termina em 30 de setembro por causa das colheitas robustas no Hemisfério Norte. A estimativa atual, de 9,7 milhões de toneladas, já é 3,2 milhões de toneladas superior à da Organização Internacional do Açúcar.
A projeção da Kingsman para a produção de açúcar da Índia é de 26,2 milhões de toneladas em 2011/2012 e de 25,5 milhões de toneladas em 2012/2013.