Representante da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em São Sebastião do Caí (RS), Vilson Rech ajuda os agricultores a recomeçar. Segundo ele, a cidade ficou debaixo d’água depois que o Rio Caí transbordou. Por isso, no mínimo, 5,2 toneladas de hortigranjeiros foram destruídas com a inundação nas plantações.
? Laranja, bergamota, limão, verdura e até mesmo flores, praticamente tudo foi perdido. Mais de R$ 5 milhões foram levados pela água. São culturas anuais, será preciso replantar tudo. E, com isso, o custo aumenta para o produtor e na prateleira do supermercado ? diz Rech.
Situação semelhante ocorre em Bom Princípio (RS). Segundo o secretário de Agricultura, Luiz André Steffen, hortigranjeiros, pêssegos e morango, principal produto do município, foram danificados ou destruídos. Os prejuízos ultrapassam R$ 7 milhões.
? Perdi 20% dos meus morangos. Por sorte, fazia pouco tempo que eu havia plantado, mas as alfaces não resistiram ? diz o agricultor Sérgio Silva, temeroso, sem saber como poderá se reerguer.
Sob os efeitos do excesso de chuva, os agricultores, com ajuda da Emater, fizeram avaliação técnica e levantamento das perdas nas lavouras. Mesmo após elaborar um laudo para a Defesa Civil, os produtores não nutrem esperança de receber auxílio.
? Em 2000, outra grande enchente destruiu o interior da região. Somente três anos depois nos foi dada a possibilidade de sacar até R$ 10 mil sem juros ? diz Rech, ao lembrar que apenas os açudes que irrigam as plantações saíram ganhando com a cheia.
O cultivo de hortigranjeiros foi o que mais sofreu com os alagamentos das lavouras. Alface, pepino, melão e moranguinho tiveram quase perda total. Beterraba, berinjela, cenoura, aipim e brócolis também estão na lista de prejuízos.
? Infelizmente, ao contrário da ajuda humanitária, o retorno para esses agricultores, como linhas de créditos, pode ser um pouco demorado ? explica o responsável adjunto do setor de convênios da Defesa Civil, Delamar Jobim.