Os motivos apontados para a queda nos preços são dois: a falta de compradores e a baixa qualidade do produto. Em seu atacado, Gazatto embala e entrega vários tipos de frutas para supermercados e conta que a procura pela manga está fraca e, quem compra, exige uma qualidade maior do que a que está sendo encontrada.
– Está difícil de achar comprador e o preço não está bom. O ano passado estava melhor – explica o atacadista.
Para quem produz manga, a situação é ainda mais complicada. Além do baixo preço recebido, os produtores assistem às frutas caindo das árvores já que não há compradores. Um único pé pode ter até 60 kg de mangas desperdiçadas.
No pomar do produtor rural Carmo Donizeti de Paula dos Santos, que tem 500 árvores, muitas mangas estão manchadas e caindo do pé antes de ficarem maduras. Ao mesmo tempo, o preço pago pelas frutas que se mantiveram sadias não cobre nem os custos de produção, que aumentaram muito devido ao ataque de fungos e bactérias propiciados pelo excesso de chuva. Para combater as doenças das árvores, ao invés de fazer 15 aplicações de defensivos ao longo da safra, são necessárias cerca de 35 aplicações.
Donizeti foi um dos produtores que optou por não vender neste momento para não gastar ainda mais com mão de obra na colheita. A saída, segundo ele, é aguardar, uma vez que a expectativa é de que, após o período de Carnaval, o consumo aumente e haja uma retomada nos preços.
– Eu acredito que sempre depois do Carnaval tem mais procura e mais preço também. Essa é nossa esperança – afirma Gazatto.