— Nós enfrentamos um mês de janeiro que choveu na faixa de 400 milímetros, enquanto esperávamos de 150 milímetros a 200 milímetros e isso prejudicou muito a terminação da lavoura. A chuva ocasionou uma perda por grão ardido, por debulha, muito grande. Estamos tendo uma produtividade em torno de 50 sacas, enquanto esperávamos colher 70 sacas, o que está nos dando um prejuízo em torno de 40% — afirma o engenheiro agrônomo João Antunes.
O problema registrado em Cristalina se estende a outras regiões do Centro-Oeste.
— Todo mundo na região teve prejuízo para colher cedo, que plantou soja precoce. Primeiro, teve o sol no final do ano para prejudicar um pouco a formação do grão, agora, chuva na colheita. Não tem muito que fazer. É tentar outra safra para ver se melhora — comenta Leandro Maldaner, vice-presidente da Cooperativa Agrícola do Distrito Federal (Coopa-DF)
De acordo com os meteorologistas, chuva e umidade nos Estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, são condições típicas do verão, o que atrasa e prejudica a colheita de grãos. No Sul, o mesmo fenômeno causa seca.
— A tendência é que esse sistema ainda provoque chuvas um pouco intensas até a primeira quinzena de fevereiro. A partir daí terá uma redução na sua intensidade. Geralmente este tipo de sistema está associado a dias com ausência de chuvas na região Sul — explica o meteorologista Fabrício Silva.