O apicultor Batista Camargo começou a criar as primeiras abelhas quando ainda era criança em Osório, no litoral do Rio Grande do Sul. Atualmente, tem cem colméias em atividade e considera pouco diante do que já produziu.
? Na minha travessia na apicultura presenciei no máximo três meses de crise, mas depois vinha a recuperação. Atualmente não é isso que está acontecendo, a crise persiste ? desabafa.
No galpão do produtor Edmilson Camargo, no litoral do RS, há mais de 700 caixas vazias. Anteriormente todas eram povoadas por abelhas e atualmente não possuem mais atividade.
A crise na apicultura no RS segue na contramão de um bom momento vivido no Brasil. A produção de mel cresceu 30% no último ano e o país já é o quinto maior exportador do produto.
De acordo com o Ministério da Agricultura, o salto foi de 38 mil toneladas em 2009 para 50 mil no ano passado. Nos apiários de Osório, a expectativa é de que, ainda este ano, os produtores iniciem a retomada dos números de antes da crise.
? Se observarmos os apiários atualmente, vemos que está havendo uma recuperação. Está no início da florada de outono, que é a nossa maior colheita. Então nós temos uma esperança forte de que o produtor consiga resgatar aquilo que se perdeu nestes últimos dois anos. Porque quando se perde safra, há uma perda de colméias, de enxames. Nesta crise chegaram a mais de 50% das colméias, então o produtor terá que recuperar o prejuízo com metade da colméia. Consequentemente vai precisar no mínimo um ano para retomar o enxame ele tinha há dois anos ? explica o técnico agrícola Associação Rio-Grandense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS), Pedro da Silva Francisco.