No acumulado do ano, a queda é de 21% e só neste mês houve recuo de 1,6%. O sócio da Fibra Corretora, Christian Reich, explica que tanta oscilação no mercado fez com que o agricultor passasse a vender em menores quantidades, sempre esperando o momento de preços maiores. Com o anúncio de um leilão de Pepro para a próxima semana, as negociações estão em ritmo ainda mais lento.
– O produtor, desde que foi anunciado que ia ter o Pepro do algodão, tem segurado, tem cumprido só os contratos antigos que estavam vendidos a preços mais vantajosos. Como tiveram o problema no atraso da safra e também de qualidade, todo o algodão bom está sendo direcionado para esses contratos antigos. Com esses preços atuais, o produtor não via motivo para vender algodão disponível se ele tem onde entregar esse algodão mais caro – diz.
A safra deve fechar em 1,7 milhão de toneladas, 32% a mais do que no último ano. Cerca de 700 mil toneladas vão para o mercado externo, mas exportar não tem sido vantajoso para o produtor.
– Tomando como base o índice do Cepea e comparando com a exportação pelos preços de Nova York, é mais vantajoso ainda vender no mercado interno, mesmo que as fábricas queiram comprar ou acabem pagando abaixo do índice do Cepea. O produtor ainda tem uma pequena vantagem no mercado interno na parte de impostos, que ele não tem na exportação. Além disso, o custo para exportação é bastante alto. O produtor hoje não v muita vantagem em exportar com esse cambio – afirma Reich.
Para o próximo ano, analistas acreditam em redução de área, mas para o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Marco Antônio Aluísio, o cenário não deve mudar muito.
Já a saída para a melhora dos preços é um pouco mais complexa: está além das barreiras nacionais.
– Se não houver um câmbio bem melhor, o algodão vai acabar ficando aqui com um preço. Assim, vai ter muita oferta e as fábricas, teoricamente, vão pressionar os preços para baixo – avalia Reich.
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