Expectativa de safra maior se deve ao clima e ao rendimento das lavouras

Abiove explica que esta é a razão pelo qual elevou a sua estimativa para a safra de soja desta temporada

Agência Estado
O clima favorável às lavouras no Brasil e as produtividades elevadas observadas neste começo da colheita da safra de soja 2016/2017 motivaram o aumento de 2,9 milhões de toneladas na estimativa de produção divulgada, nesta segunda-feira (13), pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). A entidade prevê agora um volume de 104,6 milhões de toneladas, ante as 101,7 milhões de toneladas no último levantamento, divulgado em dezembro.

O secretário geral da associação, Fábio Trigueirinho, disse que os números da entidade estavam abaixo dos considerados pela maioria das consultorias, informados mais recentemente. “A safra está indo muito bem, e as informações que chegam do campo são de produtividade excelente. O clima ajudou muito, e não temos os problemas que tivemos no ano passado”, afirmou Trigueirinho. “Fizemos o ajuste porque a projeção não estava refletindo a produtividade que está sendo alcançada nas primeiras áreas colhidas.”

personagem soja

Ele ressaltou que, embora a situação ainda possa mudar à medida que a safra evolui, o retrato atual indica uma recuperação da produção brasileira de soja. A maioria das esmagadoras/tradings já “está recebendo produto e trabalhando com soja da safra nova”, destacou Trigueirinho. Contudo, ainda há volumes da safra 2015/16 estocados no País, especialmente no Sul. “No Rio Grande do Sul, a safra entra depois e é normal ter estoque mais alto neste período para as fábricas rodarem em fevereiro e março.”

Além do ajuste na perspectiva de produção, a Abiove elevou a sua perspectiva de exportação de soja em grão de 58 milhões para 58,7 milhões de toneladas, embora tenha mantido as previsões de embarques de farelo em 15,5 milhões de toneladas e de óleo de soja em 1,35 milhões de toneladas. “O aumento de produção nos permite ser um pouco mais fortes na exportação, mas a maior exportação também é em decorrência da China, que vem tendo um bom apetite por soja. O lado da demanda está firme”, disse Trigueirinho.

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A previsão de receita com as exportações do complexo soja foi aumentada de US$ 27,5 bilhões para US$ 29,176 bilhões. “No mercado internacional, mesmo com notícias de safra excelente, o preço da soja continua em torno de US$ 10,50/bushel, e os prêmios estão se mantendo.”

Quanto à demanda interna, o representante da Abiove destacou que o número de esmagamento foi mantido em 41 milhões de toneladas e que a associação está acompanhando a evolução do consumo de biodiesel. “Estamos entrando no B8 (mistura de 8% de biodiesel no diesel, que vigora a partir de 23 de março) empenhados em realizar os testes para que se possa passar ao B9 e B10”, disse Abiove. A associação tem a expectativa de um parecer positivo, já que há outros países que adotam porcentuais mais elevados de mistura, como a Indonésia. “A lei prevê que, concluídos os testes de validação, podem ser antecipados o B9 e B10.”

Além disso, a Abiove prevê que, caso se normalize a safra de milho, com o plantio do cereal em safrinha dentro do calendário ideal, isso seria positivo para a recuperação dos setores da avicultura e suinocultura, contribuindo para aumentar a demanda por farelo. “No ano passado, o milho subiu bastante. Para este ano, a expectativa é de que o preço volte a patamares históricos e isso ajude indiretamente a soja com o aumento do número de animais alojados.”

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