Expectativa de segunda safra menor do milho dá suporte e indicador supera R$ 50 a saca

Segundo o Cepea, colheita da safra está se aproximando do fim, mas muitos produtores estão retraídos e negociam apenas lotes pontuais

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

Os preços internos do milho voltaram a subir na semana passada e o indicador Cepea/Esalq/BM&FBovespa a superar os R$ 50 a saca na última sexta, dia 6. Segundo os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), apesar de a colheita da safra de verão estar se aproximando do fim, muitos produtores estão retraídos e negociam apenas lotes pontuais. “Especulações indicam que a produtividade pode ser uma das menores das últimas temporadas”, afirmou o Cepea. A demanda, enquanto isso, continua firme.

Na semana passada, as consultorias Agroconsult, INTL FCStone, AgRural e Céleres reduziram suas estimativas para a segunda safra de milho. Entre os motivos apontados para as revisões, se destacou a longa estiagem que atingiu os estados do Centro-Sul do país em abril, que deve reduzir o potencial produtivo das lavouras de safrinha. 

Além das consultorias privadas, o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná e do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) também reduziram a previsão de produtividade na segunda safra 2015/2016.

Esse cenário se reflete nos contratos futuros na BM&FBovespa. Na semana passada, o vencimento maio superou pela primeira vez os R$ 50 a saca, sendo cotado, há pouco a R$ 51,22 a saca. Os contratos com vencimento no segundo semestre também têm viés de alta. O vencimento setembro era negociado a R$ 41,80 a saca nesta segunda-feira.

Na negociação antecipada para entrega no segundo semestre, os preços também avançam. De acordo com levantamento do Cepea, o valor da saca negociada em abril para entrega no Porto de Paranaguá ficou, em média, em R$ 35,73, 0,8% acima da média de março.

Importação

No cenário de oferta doméstica restrita, o Brasil já vem importando volumes do cereal, principalmente de países vizinhos. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foram importadas 105,9 mil toneladas em abril, ao preço médio de US$ 155,4/tonelada, o que seria equivalente a R$ 33,13 por saca.