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PALOTINA

Explosões na C.Vale danificam 64 imóveis, diz Defesa Civil

A explosão registrada na cooperativa C.Vale, em Palotina, no oeste do Paraná, está sendo investigada pela Polícia Civil e pelo MPT

A Defesa Civil de Palotina, no oeste do Paraná, fez uma vistoria preliminar em cerca de 200 imóveis da região da cooperativa C.Vale, atingida por explosões em série na semana passada, e identificou que 64 foram danificados pelo acidente.

Entre os danos, foram atingidas portas, vidraças e telhados por destroços ou pela vibração causada pelas múltiplas explosões ocorridas na quarta-feira (26).

Nove trabalhadores perderam suas vidas, sendo oito haitianos e um brasileiro.

Na tarde de quarta-feira (26), ocorreram explosões sequenciais em um silo de armazenagem de grãos da cooperativa.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Trabalho.

Segundo informações da cooperativa, dos oito mortos, um era funcionário da C.Vale e os outros sete eram terceirizados do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias (Sintomage), que prestavam serviços para a companhia.

Prioridade é localizar desaparecido

Segundo a Polícia Civil do Paraná, a principal prioridade neste momento é localizar o último trabalhador desaparecido, Wicken Celestin, de 55 anos.

Em entrevista ao G1, o delegado de Polícia Civil Rodrigo Batista afirmou que a investigação está analisando as condições de trabalho dos funcionários.

O gerente responsável pela segurança e medicina do trabalho afirmou, de acordo com o delegado, que todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e treinamentos para os funcionários estavam em dia.

“O gerente de segurança e medicina do trabalho da C.Vale foi um dos primeiros a chegar no local, […] ele nos informou que todos os EPIs e treinamentos estavam em conformidade. Já temos uma linha de investigação, especialmente em relação à qualificação e treinamento desses funcionários. Reconhecemos que é um trabalho com riscos, portanto, as normas devem ser rigorosamente seguidas”, afirmou Batista.

Segundo o delegado, todas as documentações requeridas foram fornecidas pela empresa, incluindo o alvará dos bombeiros, que pareciam estar em ordem. A investigação agora busca esclarecer se houve falha mecânica e determinar a responsabilidade por todos os danos.

Mais de 30 pessoas serão ouvidas nos próximos dias, de acordo com Batista, incluindo vítimas feridas, familiares e representantes da empresa C.Vale.

“A prioridade é encontrar essa última vítima, além de aguardarmos os laudos periciais do instituto de criminalística, os quais serão essenciais para embasar e orientar a investigação e, ao final do inquérito, chegarmos a uma conclusão clara sobre o ocorrido e se há ou não condutas que possam ser responsabilizadas”, enfatizou Batista.

O Ministério Público do Trabalho de Cascavel (MPT) também instaurou um inquérito civil para averiguar possíveis responsabilidades.

Conforme o órgão, a investigação buscará descobrir se houve irregularidades por parte da empresa no momento do incidente.

“O MPT conduzirá uma investigação sobre aspectos relacionados à situação regular dos trabalhadores afetados pela explosão no silo”, diz a nota.

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