Expogenética apresenta a evolução da raça zebuína em Minas Gerais

Criadores apostam na feira como oportunidade para ampliar negóciosComeçou nesse fim de semana a quarta edição da Expogenética que traz como tema o DNA da pecuária moderna. O evento, que ocorre de 13 a 21 de agosto em Uberaba (MG), tem os principais programas de melhoramento genético reconhecidos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento representados na exposição pelos animais avaliados com eficiência para produção de carne e leite. Junto à feira acontece o Congresso das Raças Zebuínas e o primeiro Simpósio da Pecuária Tropical Sustentável.

São mais de 600 animais representando as principais raças zebuínas. Eles foram avaliados em um dos 11 programas de melhoramento genético que participam do evento. Os currais marcam a diferença visual para as demais exposições que trazem animais de pista. Os animais são considerados exemplares com características essenciais para a melhoria da produção de carne e de leite com comprovação técnica. Os criadores estão usando cada vez mais animais testados e avaliados e apostando na Expogenética para ampliar os negócios.

? Criadores que até então estavam mais discretos, mais tímidos, agora estão confiantes no trabalho e trazendo os animais. Essa democratização no processo de melhoramento genético está acontecendo ? esclareceu o superintendente adjunto de melhoramento genético da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

A exposição se tornou a principal vitrine da evolução das raças zebuínas através dos programas de melhoramento. Nela está o resultado do trabalho diário nas universidades, instituições de pesquisa, empresas privadas, mas tudo começa a campo com o pecuarista. E a linha dos debates atuais coloca em foco a sustentabilidade do setor.

Um painel na pista de julgamento e nas arquibancadas atrai técnicos, pecuaristas e estudantes. O pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), Carlos Eduardo Cerri, colocou os números e valores das emissões de gases nos diversos setores da economia. Mostrou que o campo tem como reduzir a emissão e tirar o carbono da atmosfera. Para o pesquisador, os cálculos que demonstram os bovinos como vilão do efeito estufa precisam ser mais justos e contemplar aqueles pecuaristas que buscam a sustentabilidade com melhor eficiência na produção de carne. Os pesquisadores consideram que a base da pecuária sustentável está na recuperação e no manejo adequado da pastagem.

? Quando se faz um superpastejo, a pastagem entra pra degradaçao e praticamente não acumula biomassa, perde muito carbono para o ar dando um aumento nos gases de efeito estufa e consequentemente o aquecimento global. Por outro lado, o manejo bem feito, evitando também um superpastejo, conduz uma produtividade animal maior e um menor feito de gas efeito estufa ? explica o pesquisador em nutrição da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) de Nova Odessa, Valdinei Tadeu Paulino.