São mais de 600 animais representando as principais raças zebuínas. Eles foram avaliados em um dos 11 programas de melhoramento genético que participam do evento. Os currais marcam a diferença visual para as demais exposições que trazem animais de pista. Os animais são considerados exemplares com características essenciais para a melhoria da produção de carne e de leite com comprovação técnica. Os criadores estão usando cada vez mais animais testados e avaliados e apostando na Expogenética para ampliar os negócios.
? Criadores que até então estavam mais discretos, mais tímidos, agora estão confiantes no trabalho e trazendo os animais. Essa democratização no processo de melhoramento genético está acontecendo ? esclareceu o superintendente adjunto de melhoramento genético da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
A exposição se tornou a principal vitrine da evolução das raças zebuínas através dos programas de melhoramento. Nela está o resultado do trabalho diário nas universidades, instituições de pesquisa, empresas privadas, mas tudo começa a campo com o pecuarista. E a linha dos debates atuais coloca em foco a sustentabilidade do setor.
Um painel na pista de julgamento e nas arquibancadas atrai técnicos, pecuaristas e estudantes. O pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), Carlos Eduardo Cerri, colocou os números e valores das emissões de gases nos diversos setores da economia. Mostrou que o campo tem como reduzir a emissão e tirar o carbono da atmosfera. Para o pesquisador, os cálculos que demonstram os bovinos como vilão do efeito estufa precisam ser mais justos e contemplar aqueles pecuaristas que buscam a sustentabilidade com melhor eficiência na produção de carne. Os pesquisadores consideram que a base da pecuária sustentável está na recuperação e no manejo adequado da pastagem.
? Quando se faz um superpastejo, a pastagem entra pra degradaçao e praticamente não acumula biomassa, perde muito carbono para o ar dando um aumento nos gases de efeito estufa e consequentemente o aquecimento global. Por outro lado, o manejo bem feito, evitando também um superpastejo, conduz uma produtividade animal maior e um menor feito de gas efeito estufa ? explica o pesquisador em nutrição da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) de Nova Odessa, Valdinei Tadeu Paulino.