Das 89 raças inscritas na Expointer deste ano, entre ovinos, bovinos, zebuínos, bubalinos, equídeos, caprinos e pequenos animais, duas são novas e uma estava ausente fazia bastante tempo.
Entre os ovinos, a categoria merino australiano naturalmente colorido vai marcar presença pela primeira vez em Esteio (RS).
O criador Éverson Bravo, de Glorinha (RS), ressalta que essa categoria foi selecionada para a produção de lã fina, com qualidade, maciez e suavidade. é a classe de lã mais alta qualidade que existe para alta costura, afirma.
“Existe uma demanda de mercado muito grande aqui na região sul, tanto para a lã das ovelhas naturalmente coloridas, que podem ser destinadas para alta costura e para o artesanato, quanto para as peles naturalmente coloridas, usadas na produção de pelegos para arreios, para rodeios, para o homem do campo, entre outros”, enfatiza.
Éverson também cria ovinos da categoria texel, texel naturalmente coloridos e merino australiano. “A ovelha está presente na minha vida desde a infância e hoje tenho meus animais, além de assistir muitos outros”, declara.
Os ovinos estão aumentando sua participação na Expointer a cada ano.
Neste ano são 980 animais de 15 categorias, no ano passado foram 892, um aumento de 9,87%.
Os caprinos também têm uma categoria nova desfilando na feira. É a savana, originária da áfrica, e que vai estar com dois exemplares.
“Após investir na categoria kalahari e obter ótimos resultados em rusticidade, características essenciais para o rio grande do sul, comecei a estudar a categoria savana, que também se destaca pela rusticidade, mostrando ser muito eficaz no ganho de peso em sistemas de fazenda campo”, destaca o produtor Renato Moreira, de Santana da Boa Vista (RS).
Segundo ele, as expectativas são de aumentar o número de negócios em relação a 2022, que já foi muito bom. Além da savana, Renato cria boher e kalahari, além de bovinos e ovinos.
“Essa categoria está se espalhando bastante, é uma categoria nova no Brasil”, destaca Jônatas Breuning, presidente da Associação dos Caprinocultores do Rio Grande do Sul (Caprisul).
Ele ressalta que a carne de cabrito está em alta, com possibilidade de exportação para o mercado árabe, o que tem incentivado muito os criadores.
“Temos a perspectiva de fazer uma boa Expointer”, avalia.
Nessa exposição, participam 115 animais das categorias anglonubiana, boer, kalahari e savana.
Expointer: animais voltam
“É um desejo muito antigo nosso estar aqui expondo na expointer. no ano passado fomos ao parque assistir o freio de ouro e ver como era participar, e esse ano estaremos lá nessa festa maravilhosa”, afirma Martin Herman, criador de jumentos da categoria pêga, introduzida no Brasil por volta de 1534.
São 10 exemplares presentes na feira, que não irão participar de julgamento, apenas de apresentação da categoria na pista.
A categoria esteve na Expointer pela última vez em 1989. “Nós queremos mostrar para todo o povo gaúcho uma realidade da equideocultura que não faz parte exatamente da tradição sulina de hoje, mas que existe há muito tempo, desde a época do tropeirismo”, afirma Herman.
Ele conta que no início da colonização, por cerca de 300 anos, as mulas só podiam vir do Rio Grande do Sul e eram tributadas no Passo de Santa Vitória.
De acordo com dados da Associação Brasileira dos Criadores do Jumento Pêga, existem 1151 criadores no Brasil, sendo os estados de maior destaque Minas Gerais e São Paulo.
“O mercado está crescendo bastante, tanto para a marcha quanto para o trabalho em fazendas”, destaca Ronan do Carmo, coordenador institucional da Abcjpêga.
Os equídeos participam desta exposição com 819 animais de 11 categorias, aumento de 1,24% em relação a 2022, quando foram registrados 809 animais na feira e são o segundo maior em número de animais, estando apenas depois dos ovinos.
A Expointer 2023 terá neste ano 3.480 animais de 89 categorias na modalidade de argola. Apenas as aves e pássaros não estarão presentes devido à influenza aviária.
“Esperamos que no próximo ano essa situação de emergência sanitária seja superada e que esses animais possam participar novamente da feira”, destaca Pablo Charão, comissário-geral da Expointer.