Embarques indianos maiores nas próximas semanas devem ampliar as ofertas no mercado global e podem ajudar a moderar os preços, que subiram por causa de safras menores em outros países produtores. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), o contrato referencial de março registrou uma nova máxima em 13 anos, de 218,65 cents por libra-peso, em 10 de novembro.
Entre 1º de janeiro e 23 de novembro de 2010, as exportações da Índia alcançaram um volume recorde de 266.015 toneladas, incluindo ofertas reexportadas, mostraram números do conselho. “A demanda tem sido boa neste ano. Além disso, a safra foi maior no ano passado”, afirmou M.P. Devaiah, gerente-geral da Allanasons Ltd., terceira maior exportadora de café do país.
Compradores reduziram as aquisições e baixaram os estoques para um nível mínimo durante a crise econômica global, provocando um declínio de 12% nos embarques indianos em 2009 por causa da produção estagnada. Contudo, a demanda voltou a ganhar força, incentivando as exportações em meio à recuperação da economia mundial.
Uma autoridade do Conselho de Café da Índia, que pediu para não ser identificada, afirmou que os embarques subirão ainda mais nas próximas semanas devido à melhor disponibilidade da safra.
Devaiah, da Allanasons, disse que as vendas do grão em 2010 podem somar 280 mil toneladas, incluindo ofertas reexportadas. A Índia compra café de outros fornecedores e, então, embarca a maior parte do volume importado após executar atividades de blending. Em 2009, o país exportou 187.347 toneladas, ante 214.158 toneladas em 2008 e um recorde de 253.524 toneladas em 2000.
O país comercializa cerca de dois terços da produção doméstica. Itália, Rússia, Alemanha e Bélgica respondem juntas por mais de 50% das exportações totais de café indiano. Segundo o conselho, a produção local é estimada em 289.600 toneladas no ano-safra 2009/10, encerrado em 30 de setembro, alta de 10,4% ante 2008/09. As informações são da Dow Jones.