– Poderíamos começar com o envio de tangerinas conforme volumes acordados e necessidades do Brasil. Existe atualmente um excedente possível de ser exportado – completou Caprarulo.
Com 11 sócios, a Cecnea responde por uma produção de 60 a 70 mil toneladas de tangerinas, o que não deve prejudicar os produtores brasileiros, caso haja a exportação. No entanto, Caprarulo diz estar preparado para a exportação de laranjas para o Brasil se for de interesse do consumidor do País.
Por pressão de produtores e da indústria brasileira, a importação de laranja para o Brasil caiu a zero e sempre há questionamentos do governo quando os argentinos tentam retomar o comércio. Maior produtor mundial de laranja, o Brasil sempre reagiu às tentativas de exportações da fruta argentina quando havia oferta e preço do País vizinho, com o governo local cedendo às pressões dos produtores daqui.
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O citricultor e presidente da Câmara Setorial da Citricultura, Marcos Antonio Santos, afirmou que a Argentina é tema constante dos debates no órgão consultivo do Ministério da Agricultura brasileiro.
Recentemente, a Câmara questionou a utilização da Argentina para a entrada de citros espanhóis no Brasil. Grandes produtores europeus, os espanhóis teriam enviado citros de mesa para o mercado brasileiro passando pela Argentina, cuja entrada é livre, para evitar impostos incidentes sobre as frutas.
– Essa triangulação é um problema e foi alvo de questionamento dos produtores, principalmente do Sul – diz Santos.
Além disso, a questão é também sanitária, segundo o presidente da Câmara Setorial.
– Eles não têm controle de cancro cítrico lá e isso é uma ameaça para nós – afirma Marcos Antonio Santos.
Já o diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto, lembrou que o Brasil tem sofrido com excesso de fruta nos últimos anos, o que fez com que os estoques se acumulassem.
– Pensar que um parceiro comercial do Brasil pretende entrar no País aumentando ainda mais a oferta de fruta é um assunto que deve merecer atenção de toda a cadeia e, claro, da coordenação do governo por envolver questões de acordos comerciais – conclui Netto.