Para o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich, apesar do bom resultado, ainda há entraves para manter a competitividade dos curtumes nacionais.
? Como o mercado interno não absorve mais produtos por estar saturado, as empresas são forçadas a focar no mercado externo, sofrendo os conhecidos efeitos nocivos da defasagem cambial, os entraves do chamado custo Brasil, e sendo forçadas a operar com margens estreitas ou mesmo negativas ? afirmou o executivo em nota.
Segundo ele, está cada vez mais difícil repassar o alto custo da matéria-prima aos preços comercializados.
? O encarecimento nos custos, quando transformado em dólares, acaba eliminando a rentabilidade e, por consequência, vem provocando prejuízos aos exportadores ? disse Goerlich,
O presidente lembrou que muitos curtumes ainda enfrentam o esgotamento de suas linhas de crédito e que as taxas de impostos também dificultam o mercado
? Além da adversa política cambial, nossas empresas também são prejudicadas pela elevada carga tributária, pelas altíssimas taxas de juros e de contribuições sociais, excessiva burocracia, ausência de linhas de crédito para capital de giro e o pelo apagão logístico ?completa o executivo.
Nos cinco primeiros meses do ano, as exportações acumulam receita de US$ 888,93 milhões, crescimento de 25% na comparação com o mesmo período de 2010, e volume de 12,5 milhões de peças, aumento de 7%.
? O crescimento da receita e dos volumes embarcados, entretanto, não representa aumento de margens, que, na verdade, estão sendo violentamente comprimidas 2 ressalta o presidente do CICB.
Principais destinos
Os principais mercados do couro brasileiro entre janeiro e maio deste ano foram China e Hong Kong, com receita de US$ 268,34 milhões, crescimento de 12% ante o mesmo período de 2010 e com participação de 30,2% no total Itália, com US$ 209,97 milhões, elevação de 22% e 23,6% de participação; Estados Unidos, com US$ 95,46 milhões, incremento de 35% e representatividade de 10,7% e Alemanha, com receita de US$ 36 milhões, aumento de 68% e participação de 4,1%.