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DESTAQUE

Exportação do cacau do Pará cresce com reconhecimento internacional

O Pará é responsável por 51,80% da produção nacional; a estimativa para 2024 é colocar no mercado mais de 152 mil toneladas de cacau

Cacau
Foto: Ricardo Amanajás/Ag Pará

Com uma estimativa de produção para 2024 superior a 152 mil toneladas de cacau, segundo projeção do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará se consolida como maior produtor de cacau do Brasil, com mais de 31,5 mil produtores e participação de 51,80% na produção nacional.

Em 2023, de acordo com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), o Estado produziu cerca de 150 mil toneladas de amêndoas, o que representa o valor bruto da produção de R$ 2,4 bilhões.

“Esse aumento acontece um pouco a cada ano em função da expansão dos plantios de cacau no Estado, um aumento em torno de 8 mil hectares por ano. A nossa produção, a maior parte dela, cerca de 95%, vai para as indústrias multinacionais localizadas em Ilhéus (Bahia). E esses outros 5%, ou são absorvidos pelas indústrias artesanais de chocolate existentes no Pará ou são exportados para outros países, principalmente Japão e Holanda”, explica Ivaldo Santana, coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura no Pará (Procacau).

Quem exporta para o Japão é a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta). Para a Holanda é a Cooperativa Central de Produção Orgânica da Transamazônica e Xingu (CEPOTX), de produtos orgânicos de cacau, sediada em Altamira. Essas duas cooperativas exportam em torno de 2% a 3% da produção de cacau paraense. O setor já gerou mais de 350 mil empregos diretos e indiretos.

Medicilândia

A amêndoa de cacau produzida no município de Medicilândia, na região de influência da Transamazônica, oeste paraense, foi reconhecida entre as melhores do planeta, durante a premiação Cocoa of Excellence Awards (Cacau de Excelência), realizada em fevereiro, na Holanda. Produtores paraenses participaram da programação com o apoio financeiro do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau).

O governador Helder Barbalho, define a premiação como o reconhecimento ao trabalho de qualidade feito no Pará e ao apoio que o governo estadual garante aos produtores. “Quando eu falo de bioeconomia, me refiro também ao que Medicilândia, por exemplo, está fazendo com o cultivo do cacau, com o sistema agroflorestal, quando a produção é viabilizada com preservação, e também com a verticalização. Produzindo o cacau, tirando a massa do cacau, fazendo a amêndoa virar um produto final com a verticalização. É muito orgulho ter uma das melhores amêndoas do mundo”, ressalta o governador do Pará.

Para Robson Brogni, produtor de cacau em Medicilândia, premiado no evento internacional, informa que a família possui quatro propriedades de cacau, que produzem em torno de 320 toneladas/ano de cacau comum. Além do cacau, vendido para chocolateiros de todo o Brasil e do Paraguai, Robson também administra, em parceria com a esposa Sarah, uma fábrica de chocolates finos, a “Ascurra Chocolate”, na modalidade “chocolate tree to bar”, quando a produção é desenvolvida desde o cacau até o chocolate e outros derivados.

“Ao longo desses anos sempre recebemos grande apoio do Governo do Pará, tanto na cacauicultura, quanto na verticalização da produção. Destaco o trabalho da Sedap, que é uma parceira fundamental e sempre está ao lado do produtor, oferecendo oportunidades de negócios em várias ocasiões, como em viagens a feiras, onde além de podermos apresentar nossos produtos a vários clientes potenciais, adquirimos aprendizados e experiências incríveis. Certamente, se não fosse esse trabalho sério que a Sedap realiza, o crescimento do nosso negócio não estaria numa ascendente tão positiva como está”, assegura Robson Brogni.

Ananindeua

Chiara Cruz, produtora de cacau e chocolate na “Da Cruz Chocolates”, em Ananindeua, também aponta o incentivo à participação em feiras como um importante diferencial do Estado.

“Começamos, há 25 anos, com uma plantação de cacau no município de Moju. Era um sonho ter uma fábrica de chocolate, e há 10 anos começamos com a produção em casa. Há seis anos produzimos profissionalmente. A Sedap sempre garantiu incentivos para participação em feiras em Belém, no Pará, no Brasil e até internacionalmente. Esse incentivo é essencial para divulgar nossos produtos. É fundamental, cada vez mais, a atuação do Estado no fortalecimento ao cultivo do cacau e à produção do chocolate em si”, afirma a empreendedora.

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