A estimativa de exportação de milho pelo Brasil – de 26,4 milhões de toneladas, na projeção da Conab – está cada vez mais longe de ser atingida, na avaliação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo o instituto, as chuvas registradas na semana passada no Centro-Sul do País atrapalharam o carregamento do grão nos portos e o volume embarcado foi considerado baixo. O total exportado nas duas primeiras semanas de setembro (oito dias úteis) foi de 1,061 milhão de toneladas (média diária de 132,7 mil toneladas), segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Segundo o Cepea, nos 4,5 meses que faltam para o fechamento da atual temporada, seria necessário embarcar 4,4 milhões de toneladas por mês – o que requereria média diária por volta de 220 mil toneladas, para 20 dias úteis. Neste ano, o melhor resultado foi obtido em janeiro, quando 3,4 milhões de toneladas de milho saíram de portos brasileiros – média diária de 152,2 mil toneladas.
A analista do Cepea, Ana Paula Silva Ponchio, avalia ainda que, se a estimativa de vendas externas não for atingida, o excedente de grão ao fim da safra deverá ser maior do que o projetado pela Conab. A companhia estimou o estoque final em 14,7 milhões de toneladas.
Apesar disso, os preços no mercado doméstico do grão seguem em alta. A cotação da saca de 60 quilos para retirada imediata no Porto de Paranaguá atingiu na segunda-feira, 14, o maior nível desde janeiro de 2013, fechando a R$ 32,36, segundo o Cepea.
– O câmbio, de fato, tem favorecido cada vez mais a competitividade do grão brasileiro. Por outro lado, os Estados Unidos iniciaram a colheita, será a terceira maior produção de sua história, o que acentua a concorrência internacional – afirma a analista em relatório.