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Apesar do bom desempenho do grão, já estimado pelo mercado devido à supersafra, a balança comercial brasileira teve resultado negativo de US$ 3 bilhões no primeiro semestre deste ano, o pior resultado desde 1995, quando o déficit chegou a US$ 4,225 bilhões. De janeiro a junho, o país registrou recorde nas importações para o período, que chegaram a US$ 117 bilhões. O déficit para o primeiro semestre acontece devido à necessidade de importação de petróleo.
– O déficit primeiro semestre é explicado basicamente pela conta petróleo. Houve uma queda nas exportações de petróleo e aumento nas importações de derivados de petróleo – explicou a secrétária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres.
Mesmo com o desempenho negativo registrado no primeiro semestre, o governo acredita que, até o final do ano, a balança comercial feche com as exportações superando as importações. O mercado arrisca uma saldo de US$ 6 bilhões. A China e a Argentina foram os principais destinos dos produtos brasileiros. Já os Estados Unidos registraram queda de 14% nas importações e a União Europeia, de 7%.
Soja em grão
Segundo o balanço do MDIC, os embarques de soja em grãos em junho atingiram 6,570 milhões de toneladas, volume 17,3% abaixo do volume recorde de 7,951 milhões de toneladas registrado em maio e 35,7% superior às 4,841 milhões de toneladas embarcadas em junho do ano passado. A receita das exportações de soja em grãos em junho ficou em US$ 3,479 bilhões, valor 16,2% inferior ao mês anterior e 32,23% acima de junho de 2012. O preço médio em junho foi de US$ 529,53/tonelada, valor 1,3% superior ao mês anterior e 1,0% abaixo de junho do ano passado.
Complexo soja
As exportações do complexo soja fecharam o primeiro semestre com crescimento de 3,6% no volume exportado, que atingiu 32,527 milhões de toneladas, e de 9,1% na receita, que somou US$ 17,296 bilhões. No cômputo geral, o desempenho foi recorde para o período, apesar da queda do volume embarcado de óleo e farelo. O preço médio do complexo subiu 5,3%, para US$ 531,75 a tonelada, graças ao aumento de quase 25% na cotação do farelo.
Em junho, as exportações do complexo soja somaram 7,975 milhões de toneladas, volume 15,6% abaixo do desempenho do registrado em maio e 28,2% acima do verificado em junho de 2012. A receita somou US$ 4,245 bilhões e foi 13,9% inferior à de maio de 2913 e 28,8% acima de junho de 2012. O preço médio do complexo em junho foi de US$ 529,60 a tonelada, valor 1,5% superior ao mês anterior e praticamente estável em relação a junho de 2012.
Farelo de soja
As exportações brasileiras de farelo de soja no primeiro semestre deste ano somaram 5,841 milhões de toneladas. O volume é 17,5% inferior ao exportado de janeiro a junho do ano passado. No entanto, a receita das vendas externas do farelo de soja cresceu 2,83% e somou US 2,889 bilhões, graças ao aumento de 24,7% no preço médio, que ficou em US$ 494,72/tonelada.
Já as exportações em junho somaram 1,3 milhão de toneladas, volume 5,8% inferior ao embarcado no mês anterior (1,38 milhão de toneladas) e 5,3% superior ao mesmo mês do ano passado (1,23 milhão de toneladas). A receita das exportações de farelo de soja em junho ficou em US$ 637,8 milhões, valor 1,9% abaixo do registrado em maio (US$ 650,2 milhões) e 19,2% superior ao de junho de 2012 (US$ 534,8 milhões). O preço médio do farelo em junho foi de US$ 490,3/tonelada, valor 4,1% superior ao mês anterior e 13,1% acima do registrado em junho do ano passado.
Óleo de soja
O balanço do primeiro semestre foi negativo para as exportações brasileiras de óleo de soja. Os números mostram que, em relação ao mesmo período do ano passado, as exportações do óleo recuaram 45% em volume (para 513,3 mil toneladas) e 49,5% em receita (para US$ 549,9 milhões). O preço médio também caiu 8,2% e ficou em US$ 1.071 por tonelada.
No mês passado, as exportações de óleo de soja somaram 104,9 mil toneladas, volume 14,7% abaixo do desempenho registrado em maio e 26,3% inferior a junho de 2012. A receita somou US$ 107,1 milhões e foi 16,6% inferior a maio desde ano e 24,2% abaixo de junho do ano passado. O preço médio em junho foi de US$ 1.021/tonelada, valor 2,2% inferior ao mês anterior e 13,9% abaixo de junho do ano passado.
Outras culturas
Café
A exportação brasileira de café em junho passado (20 dias úteis) alcançou 2,084 milhões de sacas de 60 quilos, o que corresponde uma elevação de 23,6% em relação ao mesmo mês do ano passado (1,685 milhão de sacas). Em termos de receita cambial, houve queda de 7,3% no período, para US$ 339 milhões em comparação com US$ 365,7 milhões em junho de 2012.
Quando comparada com o mês anterior, a exportação de café em junho apresenta queda de 9,25% em termos de volume, pois em maio passado o País embarcou 2,296 milhões de sacas. A receita cambial foi 14,78% menor, considerando faturamento de US$ 397,8 milhões em maio.
No primeiro semestre, a receita cambial com exportação de café apresenta queda de 13%. O faturamento foi de US$ 2,424 bilhões, em comparação com US$ 2,831 bilhões nos primeiros seis meses de 2012. A participação do café na pauta de exportação de produtos básicos do País manteve-se praticamente estável no período, passando de 2,4% em 2012 para 2,1% este ano.
Etanol
O Brasil exportou em junho 279,5 milhões de litros de etanol, crescimento de 99,9% na comparação com os 139,8 milhões de litros embarcados em maio e de 103,7% ante os 137,2 milhões de litros apurados em junho de 2012.
A receita com a venda do combustível somou US$ 188,5 milhões em maio, uma alta de 100,7% ante os US$ 93,9 milhões registrados em maio. Em relação ao mesmo período de 2012, quando os embarques produziram US$ 106,7 milhões, o avanço foi de 76,6%. No primeiro semestre, a receita cambial com exportação de etanol apresenta ganho de 67,6% ante igual período de 2012. O faturamento foi de US$ 772 milhões, em comparação com US$ 468 milhões nos primeiros seis meses de 2012.
Açúcar
As exportações brasileiras de açúcar em junho alcançaram 2,20 milhões de toneladas. O volume supera em 16,25% as 1,89 milhão de toneladas de maio e em 32,88% as 1,65 milhão de toneladas de junho de 2012. Do total exportado no mês passado, 1,787 milhão de toneladas foram de açúcar demerara e 417,4 mil toneladas, de refinado.
A receita gerada pelos embarques de açúcar foi de US$ 958,2 milhões em junho, o que representa um crescimento de 12,66% ante os US$ 850,5 milhões registrados em maio e de 8,67% na comparação com os US$ 881,7 milhões obtidos em junho de 2012.
Nos seis primeiros meses do ano, as exportações de açúcar cresceram 60,3% em volume na comparação com igual período de 2012, de 7,33 milhões de toneladas para 11,79 milhões de toneladas.