Em 2023, o Brasil deve superar os Estados Unidos como maior exportador de milho do mundo. Um potencial para 50 milhões de toneladas contra uma estimativa de 48 milhões de toneladas dos norte-americanos, o grande produtor e exportador mundial do cereal.
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Se as atuais projeções se confirmarem, será a segunda vez que isso ocorrerá na história. A primeira foi em 2019. A previsão é do próprio Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Resta saber se o Brasil terá milho suficiente para embarcar esse volume. A resposta estará no desempenho da 2ª safra de milho, que ainda está sendo plantada no país.
“Potencial para cerca de 100 milhões de toneladas de milho segunda safra sendo plantadas no Brasil” — Seth Meyer, do USDA
A expectativa é de um ciclo acima de 120 milhões de toneladas, sendo quase 100 milhões na 2ª safra. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção total de 123 milhões de toneladas na atual temporada da chamada safrinha. A expectativa de uma safra recorde é compartilhada com os Estados Unidos.
“Há potencial para cerca de 100 milhões de toneladas de milho segunda safra sendo plantadas no Brasil agora, cuja condição será melhor conhecida quando nossos próprios produtores estiverem no meio do plantio”, afirma Seth Meyer, economista-chefe do USDA. “Isso pode ter um impacto significativo nos preços.”
Exportação de milho: variáveis para se considerar
Ocorre, no entanto, que o atraso na colheita da soja no Brasil compromete a janela ideal de plantio do milho, o que pode impactar a produtividade. Outra variável é a disputa pelo cereal com as usinas de etanol de milho instaladas recentemente no Brasil. O etanol já consome mais de 10 milhões de toneladas do cereal. O projeto é consumir 25 milhões de toneladas para produzir 10 bilhões de litros de etanol de milho.
Tem ainda a demanda tradicional da indústria da carne, que também cresce na medida em que aumenta o consumo interno e as exportações de frango e suíno experimentam variações positivas ano a ano.
A alimentação humana e principalmente animal é estimada entre 65 e 70 milhões de toneladas. Outras 13 milhões de toneladas seriam a demanda para o etanol. Restaria um excedente, teoricamente exportável, de 48 milhões de toneladas.
Além disso, ainda é preciso garantir um estoque mínimo de passagem. Ou seja, a conta não fecha. Ou o Brasil produz mais, ou exportamos menos. Nessa matemática, uma das estratégias do país é importar cereal dos países vizinhos, como Paraguai e Argentina.
Na atual temporada, as exportações de milho dos Estados Unidos devem recuar de 69 milhões para 48 milhões de toneladas.
No primeiro bimestre de 2023, o Brasil já enviou para o exterior 8,4 milhões de toneladas de milho. O volume é o maior da história e 140% acima dos embarques para o mesmo período de 2022.
Soja no Brasil e nos EUA
Na última década, o Brasil superou os Estados Unidos em produção e exportação de soja grão. Com uma expectativa de colher entre 145 e 150 milhões de toneladas no ciclo 2022/23, os embarques da oleaginosa têm potencial para atingir, pela primeira vez, 90 milhões de toneladas. Em 2023, a exportação de soja dos Estados Unidos deve ficar em torno de 55 milhões de toneladas.
Exportações do agro brasileiro em destaque no Canal Rural
As movimentações envolvendo o agronegócio brasileiro junto ao mercado internacional têm espaço garantido no Canal Rural. O assunto é tratado semanalmente no boletim ‘AgroExport’. O quadro é exibido às terças-feiras no telejornal ‘Mercado & Companhia’ — além de ganhar vez no site e no YouTube do Canal Rural.
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Editado por: Anderson Scardoelli..
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