– O Brasil representa pelo menos 50% das exportações mundiais. Então, essa é uma situação temporária. Reflete uma safra maior de produção na Rússia neste ano e uma demanda por importações deste país menos agressiva nesse momento – afirma o diretor da Datagro Consultoria, Plínio Nastari.
– Nós tivemos uma redução de produção. Em algum momento, ela caracteriza uma redução na exportação na semana, no mês. Naturalmente, acontece. Claro que a produção esteve menor do que se esperava. Mantido o atendimento no mercado interno, há uma redução na exportação – diz o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho.
A expectativa dos especialistas é a de que as vendas externas de açúcar se recuperem nos próximos meses, segundo Nastari.
– Para o próximo ano já se antevê uma redução da produção na Rússia e um aumento nas exportações para a China. Então, essa é uma situação temporária – aponta.
– A gente acredita que a safra começa a entrar em normalidade. Depende do que vai acontecer daqui para frente, para verificar a oferta e o atendimento ao mercado. Mas a tendência é que se normalize – acrescenta Carvalho.
Notícias Relacionadas
Não foi somente nas vendas externas, no entanto, que os números ficaram negativos em abril. No mercado interno, o preço do açúcar cristal teve queda durante o mês passado. De acordo com o Cepea, o produto no mercado paulista registrou desvalorização de pouco mais de 8%. No último dia do mês, a saca de 50 quilos custava R$ 53,44.
– No Brasil, grande formador de preço no mercado mundial, os valores caíram, em grande parte, pela desvalorização do real e o impacto que essa desvalorização trouxe ao mercado de açúcar, que é formado principalmente por preço do Brasil – pontua Nastari.
Já em maio, os preços no mercado interno ensaiam uma recuperação. A valorização até agora é de pouco mais de 1%, com a saca já acima dos R$ 54,00.
– Algumas negociações foram feitas postergando a entrega de açúcar. Isso também pode estar pesando, mas os compromissos serão seguidos. É apenas uma questão de tempo – afirma Carvalho.
