Exportações do agronegócio batem recorde no mês de junho

Vendas chegaram a quase US$ 9 bilhões, 29% acima do valor do mesmo período em 2010As exportações do agronegócio fecharam o mês de junho com um desempenho que anima o setor. Nem o câmbio desfavorável foi suficiente para frear as vendas que bateram um novo recorde, quase US$ 9 bilhões, 29% acima do valor comercializado no mesmo período em 2010.

No primeiro semestre deste ano o valor exportado cresceu mais de 23% em relação a igual período do ano passado. Segundo um levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o Cepea, os preços externos, em dólares, têm sido os grandes responsáveis pelo bom desempenho das exportações. Na comparação das médias do primeiro semestre, houve alta de 26% de 2010 para 2011.

O preço médio de junho foi o maior dos últimos 10 anos. Os setores que mais se destacaram foram o café, o óleo de soja e o suco de laranja. Segundo o secretário da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, de janeiro a julho, o Brasil mandou para fora do país 8,13 milhões de toneladas de óleo de soja, 8% a mais do que em 2010. Em receita o valor chega a um US$ 1,247 bilhão.

? Este ano está sendo um ano excepcional nas exportações do complexo soja, recorde dos recordes, uma safra de 74 milhões de toneladas ? relata o secretário executivo da Abiove, Fábio Trigueirinho.

A pesquisa do Cepea vai além e mostra que nos últimos dez anos os preços em dólares dos produtos exportados pelo Brasil cresceram 128%. A tendência só não foi de crescimento em 2002 e entre 2008 e 2009, período da crise econômica. Para o segundo semestre a pesquisadora do Cepea, Andréia Adami, acredita que o volume dos embarques podem cair um pouco, mas os preços devem se manter.

? Deve permanecer firme se não tiver nenhum problema. Pode cair um pouco nos patamares observados no final do semestre, junho, julho ? ressalta.

O economista Roberto Troster concorda. Para ele o segundo semestre de 2011 deve apresentar um desempenho melhor do que o mesmo período do ano passado. Segundo ele, principalmente pela crescente demanda chinesa.

? O maior demandador do Brasil é a China e deve continuar crescendo 8% ou 9%. A segunda coisa é o efeito, preço na alta o exportador recebe menos, na desaceleração recebe mais. Compensa um pouco o efeito do preço ? conclui.