Em janeiro, as exportações alcançaram 56,2 mil toneladas. O recorde alcançado de 789 mil toneladas em 2008 foi quebrado ainda faltando um mês para o fechamento do atual ano agrícola. O Rio Grande do Sul é responsável por 93% das exportações do país.
O volume do faturamento, com as vendas externas, caiu 14%, considerando o mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 267,5 milhões, contra US$ 311,6 de 2009, impactado principalmente pela redução dos preços internacionais do cereal e pelo câmbio, causador, inclusive, do fraco desempenho da Balança Comercial brasileira em 2009, com queda nos volumes exportados da maioria das commodities agrícolas.
O cenário internacional menos favorável, um quadro de oferta e demanda ajustado, com tendência de preços firmes no mercado interno e o câmbio desfavorável, inicialmente, inibiam qualquer posição mais otimista em relação ao montante das exportações. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), inclusive, no início do ano projetava apenas 400 mil toneladas para os embarques externos.
Entretanto, segundo o consultor de Mercado do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Marco Aurélio Tavares, a organização e o foco da cadeia produtiva em exportar 10% da produção regional, a logística portuária favorável (para granéis e contêineres) que imprime um bom fator de competitividade aos embarques, a fidelização ao cliente, a condição geográfica favorável em relação ao continente africano, altamente demandador de arroz e principal cliente brasileiro e a qualidade do produto exportado permitiram a ampliação das vendas e a manutenção do país entre os 10 maiores exportadores do grão.
O arroz parboilizado cada vez mais apresenta destaque nas exportações brasileiras, representando mais de 80% das exportações do arroz beneficiado e 50% das exportações do ano, ocupando, um grande nicho mercadológico, atualmente mais competitivo que o arroz branco.
O principal destino é o Continente Africano, com destaque para Nigéria, Senegal, África do Sul e Benin, que deverão importar em torno de cinco milhões em 2010, e o Brasil com possibilidades de aumentar a participação (share) nestes importantes mercados. A expectativa do setor é de manter as exportações em torno de 10% da produção regional em 2010, em torno de 700 mil toneladas.
Segundo o presidente do Irga, Maurício Fischer, o “Arroz do Sul do Brasil” tem se destacado no cenário mundial, pela sua qualidade e aceitação e por apresentar condições mercadológicas importantes, tais como: grão livre de transgênicos, boa aparência, alto teor de amilose (boa panela) e condição de re-cozimento e também, pelo uso de tecnologias limpas na lavoura (cultivo mínimo), obrigatoriedade de licença ambiental e estar direcionado para a sustentabilidade sócio-econômica e ambiental. As importações em janeiro atingiram 68,8 mil toneladas e no acumulado do ano totalizaram 812,4 mil toneladas, gerando ainda, um superávit na balança comercial do cereal no período em destaque.