No ano passado, o segmento coureiro exportou US$ 1,9 bilhão ? 14% menos que os 2,2 bilhões vendidos em 2007. Conforme o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, Luiz Bittencourt, a principal razão é a valorização do real frente ao dólar, que encareceu os produtos no Exterior. A situação se agravou mais ainda a partir do segundo semestre do ano passado, com a crise internacional.
? Essa conjuntura acabou se transformando numa imensa recessão nas principais economias do mundo. Com isso houve uma crise de demanda. Os compradores de couro passaram a adquirir muito pouco ? analisa.
Cerca de 80% do couro produzido no Brasil vai para exportação. China, Itália e Estados Unidos são os principais destinos. Mais de 60% dessa demanda é dos setores automobilístico e moveleiro, que usam a pele principalmente como revestimento de estofados de carros e móveis.
Para administrar o problema, o setor garante estar fazendo a sua parte ao reduzir os custos, mas isso também pode significar demissões. Para definir o quadro de 2009, as empresas de couro aguardam medidas econômicas estrangeiras. Do governo brasileiro o setor espera providências como novas fontes de financiamento de capital de giro, mais rapidez no ressarcimentos de créditos gerados nas exportações e redução da taxa de juros.