As exportações de manga do Brasil devem bater recorde em 2023, impulsionadas principalmente pela produção da Bahia.
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De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o volume exportado até outubro já é 19% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Em receita, os embarques já são os maiores da história, com alta de 36%.
A Bahia é o principal estado produtor de manga do Brasil, respondendo por cerca de 80% da produção nacional.
A região norte do estado, onde está localizado o Vale do São Francisco, é responsável por boa parte da produção baiana.
A previsão é que a produção de manga no Vale do São Francisco não supere o recorde de 2021, que foi de 272,5 mil toneladas.
Isso se deve às chuvas do início do ano e ao calor acima do normal neste segundo semestre. Apesar disso, a região deve seguir exportando bons volumes da fruta.
Cooperação entre governo e produtores beneficia pequenos agricultores
Para garantir a qualidade da manga exportada, o governo da Bahia, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e a Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas), está investindo R$ 3 milhões em ações de combate à mosca da fruta, principal praga que ameaça as plantações de manga da região.
“Essa parceria, costurada pela Seagri, beneficia pequenos produtores que, agora, têm condições de vender melhor seu produto. E, muitas vezes, são esses que ajudam o grande produtor a fechar a carga para enviar pra fora do País”, explica o secretário da Agricultura da Bahia, Wallison Tum.
Outros fatores contribuem para o crescimento das exportações
Além da qualidade da manga produzida no Brasil, outros fatores também contribuem para o crescimento das exportações no ano corrente.
A redução do preço dos fretes e a maior regularidade de navios tornam viável a realização de envios para rotas como Estados Unidos e Europa.
Outro fator importante a impactar nos embarques brasileiros em 2023 é a limitação da produção em países concorrentes, sobretudo na América do Sul.
A baixa produção no Equador e Peru, que devem reduzir os embarques aos Estados Unidos devido à atuação do El Niño, deve beneficiar a demanda pela fruta brasileira entre outubro e dezembro, período de janela equatoriana.