As exportações do agro somaram US$ 12,1 bilhões em junho de 2021, alta de 25% na comparação em relação ao mesmo período de 2020, segundo análise feita Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com base nos dados do Ministério da Economia. O desempenho mensal foi favorecido pela manutenção do movimento de alta nos preços das commodities.
O setor respondeu por 43,1% do total exportado pelo Brasil em junho. No primeiro semestre, as vendas externas alcançaram US$ 61,5 bilhões, incremento de 20,8% na comparação com os primeiros seis meses do ano passado.
Entre os itens mais vendidos para o exterior, o principal foi a soja em grãos, com receita US$ 5,3 bilhões, aumento de 23,4% em relação ao mesmo mês de 2020. O produto teve participação de 43,8% no total dos embarques. O segundo colocado foi o açúcar de cana em bruto, com expansão de 30,1% frente a junho do ano passado, atingindo US$ 821,9 milhões.
De acordo com Sueme Mori, coordenadora de inteligência comercial da CNA, ainda é difícil fazer projeções para o desempenho das exportações no segundo semestre. Segundo ela, o Brasil deve pensar em ações para diversificar destinos e produtos do agronegócio.
“Tudo vai depender do movimento da economia chinesa até o fim do ano, se o rebanho de suínos daquele país irá se recuperar. Nossa expectativa é de que as vendas se mantenham com crescimento na casa dos 20%, mas um dos desafios do país é diversificar produtos e ampliar parceiros. De tudo o que enviamos para a China 71% foi apenas soja em grão”, exemplifica.
Demais produtos
Segundo a CNA, outros produtos se destacaram nas vendas externas. Os aumentos mais significativos em receita nas exportações de produtos em junho deste ano na comparação mensal com 2020 foram para a madeira compensada ou contraplacada (+291,3%), algodão não cardado nem penteado (+111,4%) e carne de frango in natura (+46,3%).
Também em junho de 2021, 74,1% dos embarques foram para dez mercados. A China foi o principal, com participação de 38,7% das exportações do agro brasileiro, seguida por União Europeia (15,7%) e Estados Unidos (6,1%). Completam a lista Tailândia (2,7%), Turquia (2,3%), Coreia do Sul (2,1%), México (1,9%), Taiwan (1,7%), Irã (1,6%) e Bangladesh (1,5%).
Destes países, as maiores variações nas vendas em junho/2021 frente a junho/2020 foram para Taiwan (+131,9%) e México (+117,2%), com destaque para a soja em grãos. No primeiro semestre de 2021, as maiores elevações em relação ao mesmo período do ano passado foram para o Irã (+154,8%), México (+51,0%) e Tailândia (+37,1%), onde as exportações de soja em grãos também se destacaram.
Agro.BR
Todos os setores analisados pela CNA dentro do projeto Agro.BR tiveram alta em junho. Esta iniciativa, voltada para pequenos e médios empresários rurais, é feita em parceria com a Apex Brasil para aumentar a oferta de produtos do agro brasileiro no comércio exterior e promover a diversificação da pauta exportadora brasileira.
As vendas externas de produtos apícolas cresceram 112,9% em junho deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, gerando receita de US$ 21,4 milhões. Destaque para o mel natural, responsável por 93,3% do total (receita de US$ 20 milhões). Os principais destinos foram: Estados Unidos, com 71% do total, seguido por União Europeia (15,2%), Japão (3,6%), Canadá (3,5%) e Austrália (3,5%).
As exportações de lácteos somaram US$ 11,2 milhões em junho de 2021, crescimento de 102,9% frente a junho de 2020. Os itens mais exportados foram: leite em pó (US$ 5,5 milhões), queijos (US$ 1,2 milhão), leite modificado (US$ 1,1 milhão), leite condensado (US$ 1,0 milhão) e creme de leite (US$ 980,3 mil). Os principais mercados consumidores foram: Argélia (48,5% do total), Venezuela (12,0%), Chile (7,4%), Argentina (4,6%) e Uruguai (4,3%).
Os setores de chá, mate e especiarias, pescados e frutas tiveram altas em suas exportações, em junho deste ano em relação a junho/2020, 50,5%, 48,1% e 46,8%, respectivamente.