No Paraná, a queda nas vendas nos últimos 20 meses foi de 54%, se for analisado o conjunto de itens como madeira serrada, pinus, compensando tropical, portas e batentes e outros segmentos. O Paraná emprega cerca de 600 mil trabalhadores no setor madeireiro, nas cerca de 1,2 mil empresas filiadas ao sindicato.
? Com os ajustes devido à crise financeira, as empresas paranaenses demitiram 6% do quadro de funcionários, de janeiro a junho deste ano ? disse Camilotti.
? Trata-se de uma crise diferente, mais séria, em que dois fatores são determinantes: a cotação baixa do dólar e a queda nos preços da madeira no mercado internacional ? explicou.
Ele citou como exemplo a madeira compensada, que era vendida por US$ 600 o metro cúbico e atualmente está cotada em US$ 440. No mercado interno, com a construção civil em uma fase boa, as vendas de portas e batentes têm permanecido estáveis, a retração é na exportação, de 31%.
De acordo com o dirigente sindical, o setor está “trabalhando no vermelho”. Uma das sugestões apresentadas por ele é o incremento de linhas de crédito especiais para a exportação. Uma das alternativas seria prorrogar o prazo da linha de crédito para empresas exportadoras, que já tenham vendido sua mercadoria para outros países, o chamado adiantamento de contrato de câmbio (ACC).
? Estes contratos estão cada vez mais raros e não temos mais a prorrogação de 30, 60 dias como antes, embora essa solicitação já tenha sido feita para o Banco Central.
O setor de madeira, que era vinculado ao Ministério da Agricultura, atualmente está ligado ao Ministério do Meio Ambiente que, na avaliação de Camilotti, tem agido mais como órgão fiscalizador e punitivo.
? Não temos a quem recorrer, ou encaminhar nossas reivindicações. O bom seria a volta ao Ministério da Agricultura.