As exportações brasileiras de milho entre janeiro e outubro aumentaram 15% em relação ao mesmo período do ano passado. A alta nas vendas é consequência da valorização do dólar, que deixa o produto mais competitivo no mercado internacional. O cereal do Brasil fica barato para quem compra e rentável para quem vende.
O bom momento do milho também está estimulando a comercialização antecipada da segunda safra de 2016. A venda já atinge 35% da produção projetada para a temporada.
O diretor da consutoria MB Agro José Carlos Hausknecht afirma que muitas empresas estão fazendo troca de milho por insumos. Os produtores estariam interessados nesse tipo de operação graças à falta de crédito no mercado.
No acumulado de 2015, já foram remetidas ao exterior mais de 16 milhões de toneladas do grão. Apenas na prévia de outubro, foram 4 milhões de toneladas, 27% a mais que no mesmo mês do ano passado.
O mercado favorável deve fazer com que a segunda safra seja ainda maior no ano que vem. A consultoria Agroconsult prevê elevação de 13% na área dessa safra, com 11 milhões de hectares, compensando a queda de 7% da primeira safra de milho.
Os números reforçam a preferência do agricultor em plantar soja e, na sequência, milho. Somando as duas safras do cereal, a expectativa é de produzir na temporada 2015/2016 cerca de 80 milhões de toneladas, sendo 25 milhões destinados à exportação.
Para o pesquisador da GV Agro Felipe Serigati, o aumento da oferta de milho pode ter impacto sobre os preços no mercado global no futuro.