Os números saltam aos olhos. Em cinco anos, as exportações brasileiras de vinhos e espumantes cresceram 2000%. De 2007 para 2008, o salto foi de 99,4%. As vendas externas somaram, no ano passado US$ 4,6 milhões. Vinte e sete países importam as bebidas, com destaque para a Holanda, os Estados Unidos e a Alemanha. O vinho brasileiro é cada vez mais premiado nos concursos internacionais.
? Dentre as mais de mil premiações obtidas pelo Brasil nos últimos tempos estão concursos altamente reconhecidos, em que são feitas degustações às cegas. O degustador não sabe que produto está provando. E a maravilha vem quando abre e identifica que é do Brasil ? comemora o presidente da Câmara Setorial do Vinho do Ministério da Agricultura, Hermes Zanetti.
As exportações acontecem graças ao Projeto Wines From Brasil, realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex) e do qual fazem parte 34 vinícolas. O programa está aberto a adesões. A idéia é proporcionar às vinícolas de estrutura familiar capacitação para o acesso ao mercado mundial.
Entre as ações, a Apex faz um estudo para avaliar as características do mercado comprador e convida a imprensa especializada do país de interesse para conhecer a produção brasileira. Os vinhos made in Brazil também participam de feiras internacionais especializadas.
? Além desses eventos, as degustações são uma ação que tem dado muito resultado no caso dos vinhos finos brasileiros. Nós fizemos no Canadá, nos Estados Unidos e na República Tcheca, mercados que já compram o vinho brasileiro, mas em volumes pouco significativos ? conta o gestor de Projetos de Agronegócios da Apex, Marcos Soares.
A crise financeira internacional não intimida o setor. Neste ano, a meta é aumentar as vendas para US$ 6 milhões e conquistar novos mercados como Singapura, Hong Kong e Índia. A idéia é divulgar lá fora cada vez mais o produto brasileiro, que está entre os cinco melhores espumantes do mundo.
? Isso é justamente para tentar divulgar que o Brasil é produtor de vinho, porque no Exterior são poucas as pessoas que sabem disso, e que já produz vinhos de muito boa qualidade ? acrescenta Soares.
A partir do reconhecimento internacional, os produtores acreditam que os brasileiros passarão também a valorizar o vinho feito aqui.
? Está na hora de valorizarmos mais o que nós produzimos. Se os grandes concursos mundiais reconhecem a excelência dos nosso produto, qual a razão de nós brasileiros não acreditarmos em nós? ? questiona Zanetti.