– Precisamos que os governos federal e provinciais arbitrem e cheguem a uma solução urgente para esse conflito, que prejudica não somente toda a cadeia agrícola, mas os fluxos cambiais e a arrecadação de impostos -, disseram os grupos, em comunicado conjunto.
A Argentina é o segundo maior exportador de milho, o maior exportador de farelo e óleo de soja, e o terceiro maior exportador de soja. Os embarques são dominados pelas principais tradings globais, como a Louis Dreyfus, a Noble Argentina, a Nidera, a Vicentin, e as unidades locais da Bunge e da Cargill. A China absorveu 80% das exportações de soja da Argentina no ano passado, enquanto os principais consumidores de farelo de soja do país foram a Indonésia, o Vietnã, a Argélia, as Filipinas e a África do Sul.
Os embarques de grãos são feitos principalmente em portos nas proximidades de Rosário, às margens do rio Paraná. Nos próximos meses, caminhoneiros, estivadores e funcionários das esmagadoras de soja terão maior poder de barganha sobre os empregadores. Segundo analistas, muitos desses grupos deverão entrar em greve.
Paralisações são comuns nesta época do ano, mas os exportadores estão se preparando para uma temporada de greves particularmente tensa, já que os empregados estão pressionando por pedidos de maiores aumentos salariais devido à inflação de dois dígitos.
Embora as greves devam atrasar os embarques e elevar custos, o impacto nos mercados internacionais deve ser limitado. De acordo com analistas, a paralisação teria que se estender por três semanas antes que importadores recorressem a outros mercados como os EUA, onde o milho e a soja estão sendo negociados com um prêmio em relação aos grãos da América do Sul.