? Desde o segundo semestre de 2009 temos visto recuperação de preços e essa tendência deve continuar ? afirmou Wolfang Goerlich, presidente da entidade.
Em volume, as vendas de 2009 ficaram apenas 4% abaixo das de 2008, com 23,5 milhões de peças vendidas ao mercado externo. A expectativa é que em 2010 esse volume fique estável. Segundo Goerlich, a estabilidade do rebanho bovino brasileiro não permite grandes incrementos no volume de couro exportado.
A indústria de couro foi uma das mais afetadas pela crise econômico-financeira internacional. Goerlich lembra que após a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, em setembro de 2008, os pedidos dos setores automobilístico e residencial dos EUA, maiores clientes do Brasil, simplesmente desapareceram.
No último trimestre daquele ano, os preços das peças de couro caíram pela metade no mercado internacional.
? O colapso no mercado imobiliário e de automóveis norte-americano foi muito forte e fomos atingidos com uma violência incomum ? recorda-se.
O efeito da crise foi especialmente forte para os curtumes brasileiros porque o país exporta mais de dois terços das 37 milhões de peças que produz por ano.
Aproveitando a recuperação das vendas, o CICB lança ainda neste mês uma campanha internacional de valorização do couro brasileiro. Com apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a entidade promoverá o produto nos países importadores. Os curtumes brasileiros querem mudar a imagem do couro brasileiro no mundo.
? A qualidade do nosso produto melhorou, mas ainda há um caminho a percorrer. A campanha tem dois alvos: melhorar as condições de tratamento do rebanho e de retirada do couro e acabar com o preconceito contra o couro brasileiro no exterior ? diz Goerlich.
O esforço maior tem como meta elevar as exportações de couro acabado, que hoje representam 50% do volume e 80% da receita.
Para dar início à campanha, a entidade, após vários anos de ausência, voltou a participar da Couromoda, feira que começou nessa segunda, dia 18, em São Paulo.