Caracterizada pela miscelânea de obras, a exposição está dividida em cinco propostas diferentes, que reúnem fotografias analógicas em preto e branco, imagens coloridas e alegres, o agrupamento de imagens xerocadas, um espaço de interatividade com o público e, por fim, uma homenagem à memória da bailarina curitibana Rita Pavão.
? A exposição é para quem ama ou experiencia a linguagem como forma de humanidade ? diz o fotógrafo, que considera o poeta visual catalão Juan Brassa a principal influência em seu trabalho.
O nome da mostra vêm de uma de suas fotografias recentes.
? Ao aguardar pelo meu almoço na Ilha do Mel, o garçom, enquanto preparava meu peixe, me serviu um prato de feijão com arroz, dividido pela metade, e foi aí que fiz o símbolo zen no feijão com arroz.
De acordo com ele, seu trabalho mais recente tem linguagem mais acessível ao grande público, por ser baseada em “objetos que dizem muito do nosso cotidiano”. Já as imagens feitas anteriormente, durante sua juventude, são muito mais introspectivas e diferem em vários aspectos de sua estética atual, pois criam um distanciamento muito maior entre público e artista.
? São imagens mais difíceis de significar ? justifica.
Em um terceiro momento, faz uso de diversas peças fotocopiadas “de imagens que não pertencem a mim mas com as quais me identifico no imaginário”. E, em um quarto espaço, honra-se a memória de Rita Pavão, por meio de uma coletânea de fotos ampliadas, cedidas por vários fotógrafos, entre eles Júlio Covello e Karin van der Brocke. É possível ainda participar de um abaixo-assinado, cujo objetivo é dar o nome de Rita a uma praça de Curitiba.
A interatividade com o público também é assunto desta mostra. Partindo da idéia de que o lado direito do rosto de uma pessoa é diferente do seu lado esquerdo, o visitante terá sua face fotografada e, em seguida, a imagem será enviada para o computador. Com o auxílio de um programa de manipulação de imagens, será possível transformar o rosto do fotografado em dois rostos diferentes do real. Quem participar terá a oportunidade de levar para casa a imagem de seu rosto manipulado e, quem permitir, terá sua foto exposta em um varal, com outras faces.
Reginaldo já participou de exposições na França, mas o resultado não foi bem o que ele esperava.
? Foi inútil levar meu atual trabalho, pois os franceses não compartilham do mesmo contexto que o nosso, não entendem o significado do feijão com arroz, por exemplo ? comenta, com relação à importância da identificação dos símbolos para um completo entendimento de sua linguagem.