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Fábrica de biodiesel vai suprir demanda pelo combustível no Estado do Rio

Unidade deverá ser a primeira no país a utilizar microalgas como matéria-prima, diminuindo os impactos do efeito estufa no planetaCom capacidade para fornecer até cem milhões de litros de combustível renovável por ano, a primeira fábrica de biodiesel do Estado, instalada no município de Porto Real, no Médio Paraíba fluminense, está pronta para entrar em operação e irá suprir todo consumo do combustível no Rio de Janeiro. A unidade deverá ser a primeira no país a utilizar como matéria-prima microalgas, que têm a capacidade de absorver o carbono da atmosfera, diminuindo os impactos do efeito estufa no planeta.

Para o coordenador do programa de biodiesel da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia e pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Nelson Furtado, a fábrica tem importância estratégica para o Estado. Segundo ele, a Lei Nº 11.097/2005 determina que para todo o óleo diesel produzido e vendido no país, a Petrobras deve adicionar 5% de biodiesel.

– Temos uma necessidade de biodiesel, e nós o ‘importamos’ de outros Estados. Isso fica muito caro para a Petrobras. Houve uma mudança nas cotações de preços, já que a estatal gasta muito indo buscar esse óleo em longas distâncias. Ela nos prestigia pagando um preço um pouco mais elevado a empresas que estão próximas à refinaria, porque sabe que estamos longe do plantio das oleaginosas – explicou o coordenador.

Segundo Furtado, a fábrica de biodiesel é totalmente brasileira, construída sem nenhuma importação de material. A unidade tem porte de médio a grande, com cerca de 20 mil metros quadrados de área. A indústria irá trabalhar com as microalgas, além de diversos tipos de óleo vegetal e gordura animal.

– As microalgas têm uma característica muito importante, você pode fazê-las perto da fábrica. É um projeto ainda de custos muito elevados e que precisa de muito conhecimento, mas é de uma produtividade absolutamente fantástica. Ela supera qualquer expectativa de cultivo de oleaginosas em centenas de vezes na produção. Um hectare de soja, em um ano de plantio, gera dois mil litros de óleo de soja. Com um hectare de microalga, é produzido um milhão de litros. A diferença é muito grande – disse o coordenador.

Por meio do processo de extração de óleo de microalgas é gerada a biomassa, que serve para a produção de ração de peixe altamente protéica e de baixo custo, o que poderia reduzir o preço do pescado no mercado. Segundo Furtado, a expectativa é que, com a produção de biodiesel, cerca de 250 mil toneladas de gases que induzem ao efeito estufa não sejam lançados no ambiente por ano, habilitando o estado a ganhar U$ 1,5 milhão em crédito de carbono.

A fábrica Grand Valle Bioenergia é resultado do Programa RioBiodiesel, desenvolvido há mais de dez anos pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Faperj). Para que seja inaugurada, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) precisa conceder uma licença de operação à empresa.

Em nota, a ANP informou que em novembro de 2012 fez uma vistoria no local e constatou pendências que impediram a licença de operação. Em dezembro, essas pendências foram resolvidas, mas constavam débitos que impossibilitaram a continuidade do processo. Segundo a agência, esses débitos são relativos a infrações cometidas pelos sócios da fábrica. Em 29 de janeiro deste ano, a ANP encaminhou ofício informando que a empresa deve regularizar suas dívidas para receber o documento.

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