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Agricultura

Faesp é contra desmembramento do Ministério da Agricultura

Possibilidade levantada pelo governo eleito, de se reorganizar a estrutura da pasta, não é vista com bons olhos pela entidade

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) marcou posição contra a possibilidade de o futuro governo federal, a ser conduzido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, desmembrar em mais de uma pasta o que atualmente está vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A posição da entidade foi tornada pública nesta quinta-feira (8), durante coletiva de imprensa realizada na capital paulista.

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Em nome da Faesp, quem falou sobre o tema foi o gerente do departamento econômico da federação, Cláudio Silveira Brisolara. Em sua apresentação, ele afirmou que uma eventual divisão do Mapa poderia, no fim das contas, culminar na implementação de políticas públicas conflitantes. Além disso, o executivo destacou: acredita que um único ministério, amplo e forte, acaba por ser mais eficaz para atender às demandas do setor.

“Conflitos no meio rural e insegurança jurídica” e “fragmentação das políticas setoriais” são tidas, por Brisolara, como ameaças para a agropecuária paulista — e, consequentemente, a nacional — caso o Mapa seja desmembrado pela gestão que comandará o poder Executivo brasileiro pelos próximos quatro anos. Para além do formato a ser adotado no âmbito ministerial, ele elencou outros três tópicos como ameaças para o agro: criação de taxas sobre o setor produtivo, desequilíbrio fiscal e adoção de postura protecionista.

O Ministério da Agricultura no futuro governo

ministério da agricultura - mapa - divulgacao
Foto: Mapa/divulgação

A posição da Faesp ocorre em meio às possibilidades de, a partir de janeiro de 2023, o atual Mapa ser desmembrado em mais de uma pasta. Na última semana, por exemplo, Lula garantiu que recriará o Ministério da Pesca. Também nos últimos dias, integrantes da equipe de transição levantaram a hipótese de se defender a criação do Ministério da Agricultura Familiar e Alimento Saudável — que passaria a ter sob o seu guarda-chuva a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“A Federação é contrária a retirada da Conab do Mapa, principalmente nesse momento em que a companhia está redefinindo o seu papel, tornando-se um órgão de inteligência estratégica e de mercado para a agricultura brasileira”, afirmou Brisolara.

Segundo ele, a saída da Conab da estrutura do Mapa para um novo ministério poderia gerar o que a Faesp teme: conflito de políticas públicas, sobretudo na relação com os pequenos e médios produtores rurais.

Oportunidades para a agropecuária, segundo a Faesp

Foto: Faesp/divulgação

Durante o evento realizado na sede da Faesp no centro de São Paulo, no espaço conhecido como “Casa do Agricultor”, o gerente do departamento econômico da entidade foi além de comentar eventuais ameaças para o setor. De acordo com Brisolara, a agropecuária brasileira conta, no momento, com ao menos cinco pontos que podem ser encarados como oportunidades — e com espaço para serem desenvolvidos a partir do ano que vem:

  1. Demanda internacional para suprir a segurança alimentar mundo afora;
  2. Investimentos em energias limpas (como o etanol, um biocombustível) e ações em favor da segurança energética;
  3. Maior conciliação entre a agricultura e a preservação do meio ambiente;
  4. Ampliação da pauta de exportação de produtos agrícolas e da pecuária;
  5. Reconfiguração da geopolítica mundial.

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