Em Mato Grosso, a seca nos primeiros dias de outubro comprometeu o início do cultivo no Estado. No Paraná, o excesso de chuvas é o entrave
A falta de chuvas no período de plantio em Mato Grosso começa a preocupar os produtores. Depois da abertura do plantio, no final de setembro, a chuva não chegou à principal região produtora da oleaginosa.
Segundo o coordenador de Defesa Vegetal do Ministério da Agricultura em Mato Grosso, Wanderlei Dias Guerra, a chuva não ocorre desde o começo de outubro. Além disso, aproximadamente 15% da área plantada do Estado já tinha sido semeada. A solução, segundo Guerra, é fazer o replantio e aguardar a retomada das chuvas.
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O problema climático também está afetando o Mato Grosso do Sul. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja-MS), Maurício Saito, demonstra preocupação com o atraso provocado pelo período de estiagem.
– Estamos esperando a chuva desde o dia 1º, os produtores estão cautelosos com a condição de plantio, faz uma semana que estamos com as máquinas paradas. Nesse momento não dá para falar em perda de eficiência porque começamos a plantar com umidade no solo, mas o problema é que as previsões de chuvas vão se estendendo e temos que aguardar para voltar o plantio – comenta Saito.
Na região Sul do Brasil, o problema é oposto, o excesso de chuvas está atrapalhando o plantio da soja. O Paraná, segundo maior produtor do país, passa por esse problema. O produtor Eugênio Catelan, de Brasilândia do Sul (PR), aproveitou os últimos dias desta semana, que foram sem chuvas, para começar o cultivo da soja.
– Choveu 18 mm na segunda e na quarta já começamos os trabalhos. Inclusive, ontem eu já terminei minha planta – afirma Catelan, em entrevista o programa Mercado & Companhia, do Canal Rural.
Mercado
O analista de mercado Carlos Cogo explica que o atual cenário, apesar de ruim, pode mostrar uma reação nos preços da soja para contratos futuros. O problema climático recente pode resultar em preços melhores.
– Chove no Sul e os produtores avançam no plantio. Mas em todo o centro do país e na região do Matopiba ainda tem escassez de chuvas. Já podemos falar em atraso de plantio. Durante esse período de atraso, podemos ter brechas de altas nos preços futuros, principalmente nos contratos mais distantes – prevê Cogo.
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A estimativa é que as chuvas voltem ao Mato Grosso somente no final do mês, na semana do dia 27 de outubro. Isso acabará atrasando todo o calendário do produtor, que se prepara para o cultivo do milho segunda safra.
Veja a entrevista de Carlos Cogo ao Mercado & Companhia
Veja a entrevista de Maurício Saito ao Mercado & Companhia
Veja a entrevista de Eugênio Catelan ao Mercado & Companhia
Veja a participação de produtores de Mato Grosso no Mercado & Companhia