Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Falta de chuva deve provocar quebra de até 60% na safra de cana-de-açúcar de São Paulo

Descapitalizados, produtores ficaram sem poder investir em tratos culturais para diminuir as perdasA pior seca das últimas décadas em São Paulo está diminuindo a competitividade do setor sucroenergético. Além das usinas fechando, os custos de produção aumentaram. Descapitalizados, os produtores não puderem investir nos tratos culturais da cana, diminuindo ainda mais as chances de ter uma boa produção. As perdas estão sendo calculadas entre 30% e 60%.

• Leia também: Crise do setor sucroenergético deixa produtores sem pagamento em São Paulo

O produtor Celso Galvão planta 50 hectares de cana-de-açúcar na cidade de Sumaré, a 120 quilômetros da capital do Estado. É um pequeno produtor, que a cada safra vende a produção direto para as usinas. Em setembro passado, Galvão realizou o corte na cana e, como acontece todo ano, ficou esperando pela chuva, que não veio. A seca castigou principalmente as canas mais velhas, de quinto e sexto corte. As mais novas sofreram menos, mas, mesmo assim, o impacto foi brutal na propriedade. As perdas vão chegar a 35%.

– A gente não sabe o que fazer. O preço faz quatro anos que não sobe, os insumos sobem todo ano, o carreto também, e a gente não sabe de onde vai tirar estes custos. A gente não tem uma luz no fim do túnel – lamenta Galvão.

Esta combinação desfavorável vem descapitalizando o produtor. A cada safra, a conta vai apertando mais com os custos de frete, carregamento, insumos, salários de funcionários. Galvão diz que as máquinas estão se deteriorando e, com a descapitalização, não sabe quando conseguirá repor.

– Se não tiver uma recuperação rápida, vai acabar, o produtor não vai resistir.

José Antônio Cardoso, outro pequeno produtor de Sumaré, começou a cultivar cana em 1977 hoje planta 45 hectares. Ele diz que é a primeira vez que está vendo a situação ruim para todos: usinas, grandes e médios e principalmente os pequenos produtores.

– Eu acho que o pequeno está sofrendo mais. Vamos esperar pra ver se o setor reage, e se a política reage. São dois fatores que contam muito para o produtor rural – diz Cardoso.

Normalmente, Cardoso colhe 120 toneladas por hectare mas, nesta safra, a quebra deve chegar a 30%.

– Faltou capital para tratar mais da cana. A quebra aumentou por falta de chuva e, também, de capital para investir nos tratamentos.

O engenheiro agrônomo Luiz Alberto Simoni, visita várias propriedades na região e conta que em alguns municípios as perdas podem chegar a 60%. Nem a possível chuva nos próximos meses vai resolver a situação.

– A chuva vai ajudar um pouco, mas o que passou não vai ser recuperado. Com certeza esta vai ser uma safra mais curta. Outro problema é que o pessoal que cortou cana no final da safra no ano passado, novembro e dezembro, vai ter que cortar a cana antes, e isto se der para cortar, pois ela pode estar tão pequena que não será possível cortar – avalia Simoni.

Assista a reportagem:

Clique aqui para ver o vídeo

• Acompanhe a cotação da cana

Sair da versão mobile