No município de Casa Branca, o produtor Edmilson Vitor Ribeiro teme que a falta de chuva prejudique o plantio. A propriedade dele, de 30 hectares, já está em fase de colheita e com uma florada que chegou antes do tempo.
– A situação neste momento é razoável, com bastantes flores. Só que agora a gente teme a seca no desenvolvimento. Teve a queda das flores, estamos com bastante chumbinho na árvore. Estou preocupado, sem chuva, pode ser o chumbinho não vingue – disse o produtor.
Os chumbinhos são pequenas bolinhas, são elas que se desenvolvem. Sem água, elas não cresce e a produção cai. Cerca de 90% dos pomares do município desenvolveram o florescimento no período de seca. Ribeiro destaca que é preciso mais água.
– Precisamos de chuva para a próxima safra. Essa safra está praticamente definida. A gente pode perder alguma coisinha em termos de peso, que vai para a indústria. Nosso maior medo é a próxima safra – salienta.
O engenheiro agrônomo, Rafael Fernandes de Oliveira, diz que a falta de chuva na região preocupa muito. E a quantidade que caiu foi insuficiente para a recuperação dos pomares.
– A chuva não foi suficiente, o volume na região não chegou a 30 mm. Nós estávamos vindo de um período de 30 dias sem chuva, alta temperatura, alta transpiração. Então, foi pequeno e insuficiente, para garantir o pegamento desses chumbinhos – destaca o engenheiro.
Segundo o especialista, os próximos 10 dias vão ser fundamentais para a região. É preciso que chova cerca de 40 mm para que não haja perda na produção da próxima safra.
– Pode ser uma safra bem abaixo da expectativa quando floresceu. A gente faz uma previsão de perda, se não vier chuva nos próximos 10 dias, de uma perda de 30%. Se mais um ano continuar assim, tem as questões econômicas também – diz Oliveira.
Para quem produz laranja, a situação só prejudica quem ainda resiste trabalhar na cultura.
– A gente está bem preocupado. A chuva passa, ameaça, chega perto mas não vem. Tem previsão de chuva, e não vem. A gente fica desanimado – lamenta o produtor.
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