Há mais de um ano algumas regiões do semiárido não recebem chuvas. A vegetação morreu e os animais que restam sobrevivem com dificuldades. Mas a situação não é novidade. A seca que acontece nesse ano é uma velha conhecida. Ela acontece em ciclos de 30 em 30 anos e no passado já provocou grandes estragos na região Nordeste.
A dificuldade em dar água e comida aos animais está fazendo com que muitos produtores rurais desistam da vida no campo para trabalhar na cidade. Os depósitos para armazenar a água estão ficando vazios. Na falta de água, outro velho conhecido volta com toda a força:o caminhão pipa, que chega a custar até R$ 300.
Além disso, muitas áreas que foram aradas e plantadas não deram nada. A plantação que geraria alimentação e renda para os produtores não veio. Para piorar a situação, algumas culturas como o milho, por exemplo, que foram plantadas no local, não brotaram, e o que nasceu não passou de trinta centímetros.
A seca de 2012 já entrou para a história e pode durar até o próximo ano, segundo especialistas. O governo federal disponibilizou quase R$ 3 bilhões em recursos para ações contra a estiagem, assim como outros governos fizeram há 30 anos. De acordo com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, até 2014 esse valor deve chegar a R$ 10 bilhões.
O número de municípios em estado de emergência já passou dos 500. E o que era mais temido, agora já é realidade: problemas no abastecimento humano.
A seca também afetou os centros de distribuição. No mercado do produtor, em Juazeiro, no norte baiano, um dos maiores entrepostos comerciais do Nordeste, já está faltando um dos principais itens das refeições dos brasileiros: o feijão. A farinha é o segundo item mais procurado. O preço de alguns produtos dobrou e outros já nem são encontrados.
Especialistas e moradores temem que a imagem de Nordeste pobre e castigado se perpetue. Ao contrário do que muitos pensam, a região tem um solo rico em matéria orgânica, o que falta é a água. E eles buscam maneiras de convivência com o semiárido, para não terem que abandonar as terras.