Segundo Rodrigues, o cenário tem sido positivo para a maioria dos segmentos da agricultura nacional favorecido por fatores externos, como a seca nos Estados Unidos (que levou à quebra da safra de milho e soja elevando os preços no mercado mundial) e a estiagem na Europa Central (que prejudicou a produção de trigo na região). No entanto, citou como problemáticos os setores de produção de laranja, “porque o mundo está superofertado em suco de laranja, que é um setor bastante concentrado” e o de cana-de-açúcar “porque há ausência total de uma estratégia governamental e privada também para o setor agroenergético, etanol principalmente.”
Para Rodrigues, o Brasil está “marcando passo” diante de uma demanda crescente por produtos agrícolas (alimentos, fibras, energia) em decorrência do aumento da população e da renda per capita nos países emergentes. Ao mesmo tempo, destacou que existe uma manifestação global, “quase unânime”, para o Brasil aumentar a produção.
— Nós não estamos fazendo nada. Não há nenhuma política definida para que se avance nessa direção. Estamos marcando passo com temas importantes e perdendo de vista uma estratégia mais abrangente e mais ampla — acrescentou.
O ex-ministro reconhece que gargalos na área da infraestrutura, que impedem o crescimento da produção agrícola, começaram a ser tratados de maneira mais clara pela presidenta Dilma Rousseff, representando um “avanço”.
Para o diretor titular do Departamento de Agronegócio da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Benedito da Silva Ferreira, o ano de 2012 tem sido positivo para o agronegócio brasileiro.
Ferreira acredita na continuidade do cenário favorável em 2013, com aumento da área plantada no Brasil. No entanto, admitiu que o setor ainda sofrerá impactos da crise europeia e norte-americana.