Segundo Nastari, este volume de recursos representa 75% das reservas internacionais que o Brasil possui.
– Apesar de ter contribuído de forma significativa para a formação destas reservas, o setor não tem sido incentivado a realizar novos investimentos na expansão da produção – disse ele.
Nastari ressaltou que, desde 2000, a produção mundial de biocombustíveis saiu de 30 bilhões de litros para 126 bilhões de litros anuais, dos quais o Brasil e os Estados Unidos foram os principais produtores, impulsionados pelo etanol, enquanto a União Europeia avançou na produção de biodiesel. O executivo lembrou que a oferta sempre veio antes da demanda. Porém, ele ressalta que este cenário irá mudar.
Segundo Nastari, a necessidade estimada entre 900 milhões de toneladas a 1,4 bilhão de toneladas de cana-de-açúcar para atender à demanda de açúcar e etanol em 2020 não será atendida.
– Não vamos conseguir chegar nem ao piso desta estimativa porque não existem mudas suficientes para que isso ocorra em tempo hábil – disse.
Além da falta de investimentos que praticamente interrompeu o ciclo de expansão do setor desde 2008, mais de 40 usinas fecharam suas portas no período.
– Além disso, a produtividade da cana caiu de mais de 80 toneladas por hectare para 69 toneladas – afirmou Luiz Roberto Pogetti, presidente do conselho de administração da Copersucar.
Diante deste cenário, Nastari afirma que a partir dos próximos anos o setor irá ter que correr atrás da demanda. Segundo ele, este cenário fará com que os preços sigam sustentados e rentáveis no período.
Para que a oferta se equilibre com a demanda, Pogetti, da Copersucar, acredita que o governo precisa saber o que ele quer do etanol e aplicar políticas públicas e um marco regulatório que crie estabilidade para o setor no longo prazo, capaz de atrair novos investimentos.