Falta de logística de escoamento provoca perdas milionárias a cada safra em MT

Bienal dos Negócios da Agricultura vai discutir gargalos do agronegócioA cada safra, a sojicultura, principal atividade econômica do Estado de Mato Grosso, perde US$ 1 bilhão devido à precária logística de escoamento. Conforme a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), estes valores deixam de circular no bolso dos produtores e se evadem da economia estadual, cujo desempenho é diretamente atrelado à performance do campo.    Esse gargalo projeta um cenário em que, em pouco tempo, não haverá mais condições de dar vazão à produção agrícola mato-gros

O impacto das deficiências de logística sobre a produção agrícola coloca em xeque o bom desempenho dos produtores, como revelam dados da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT).

Como explica o presidente da entidade, Glauber Silveira, o gasto com o frete, atualmente em torno de US$ 120 até Paranaguá (PR), consome 38 sacas de soja, ou seja, é necessário colher 38 sacas apenas para custear o frete, fora os outros gastos com insumos, que são onerados justamente por conta do escoamento. Silveira revela que se o produtor conseguir economizar cerca de US$ 20 em frete por tonelada de soja escoada, Mato Grosso terá uma circulação de cerca de US$ 1 bilhão a cada safra, o que, ao longo de 10 anos, resulta em US$ 10 bilhões.
  
Além das perdas diretas com o escoamento dos grãos, perdemos também no momento em que os insumos são adquiridos, pois os fretes contabilizam, além da distância, as condições de trafegabilidade, pontua.

A Bienal dos Negócios da Agricultura é realizada em parceria com as associações dos produtores de soja (Aprosoja) e algodão (Ampa) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Mais de mil participantes são esperados para o evento, incluindo os 500 maiores produtores rurais mato-grossenses. Além do tema de logística, o evento coloca em debate outras vertentes do segmento agrícola e que também exercem influência sobre a renda do campo, como fertilizantes, gestão rural, mercado de commodities e sustentabilidade ambiental.