Família Bin: tradição de pai para filho na Serra Gaúcha

Segunda reportagem da série que homenageia os agricultores conta a história de uma família típica italiana que segue as tradições de outras geraçõesEm homenagem ao Dia do Agricultor, comemorado no próximo domingo, dia 28, o Rural Notícias transmite, nesta semana, uma série de reportagens sobre histórias de trabalhadores do campo no país. Vamos conhecer a história de uma família típica italiana da região serrana do Rio Grande do Sul. A família Bin, são agricultores que herdaram a vocação para a produção de uvas. Tradição que é mantida até hoje, inclusive com a participação da nova geração.

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Desde crianças os irmãos Moisés e Lírio Bin trabalham como vitiviniculturores. Por ano, produzem em média, 100 kg de uva, nos 20 hectares que possuem, em Lageadinho, na Serra Gaúcha. Os primos, Edson e Evandro Bin sempre acompanharam a lida da família no campo. A família de descendência italiana trabalha com a vitivinicultura há três gerações.

– A gente tem orgulho de ser agricultor porque produzimos um alimento, contribuímos com o país. Além de ser a nossa sobrevivência – disse Moisés Bin.

– Nossos avôs começaram com a tradição com os imigrantes italianos. Eles vieram com aquilo no sangue. A gente só seguiu os passos da família – disse Lírio Bin.

Há dez anos, Edson e Evandro saíram de casa e foram para cidade. Eles tinham um plano a executar. Foram em busca de seus sonhos, mas prometeram aos pais que um dia iriam voltar.

– Nós fomos estudar para tentar se aperfeiçoar e fazer algo diferente pela nossa produção. Tivemos êxito em ter voltado, retornado pra nossas origens e conseguir implantar um sistema diferenciado – disse Evandro.

– Temos todo o conhecimento herdado dos imigrantes italianos. Fomos buscar conhecimento de fora para tentar inovar, juntar esse conhecimento que eles tinham com novas tecnologias e melhorar, agregando valores em cima da produção e dos produtos – disse Edson Bin.

E foi isso que eles fizeram, somaram a experiência com a técnica aprendida fora da porteira. Hoje, a uva produzida nas parreiras é transformada em vinho e suco. Enquanto os filhos estudavam, a família ergueu as paredes da vinícola. Agora, os pais cuidam do campo e os filhos da indústria.
 
– Todo o processo de vinificação em si, até a venda, a gente faz. Nós fizemos técnico agrícola e depois a gente estudou enologia – disse Evandro.

A vinícola foi construída com recursos próprios, investimento de R$ 300 mil. A capacidade de produção é de até 120 mil litros de bebidas, a média da família Bins é de 70 mil litros. O processo é artesanal, com ajuda de tecnologias
 
Em tempos de escassez de jovens na agricultura, Lírio e Moisés se sentem satisfeitos com o rumo que os filhos escolheram pra viver.
 
– Eu me sinto orgulhoso e feliz porque a família vai continuar o serviço. Fiquei feliz porque os primos voltaram.

– A gente ficou muito contente com isso. Hoje é difícil a juventude, segurar eles em casa, no campo, com ondas as ofertas que tem na cidade. Mas não adianta, se agente investe na propriedade, dando condições, o pessoal ainda fica, eu acredito ainda nisso – acredita Moisés.

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