Desde crianças os irmãos Moisés e Lírio Bin trabalham como vitiviniculturores. Por ano, produzem em média, 100 kg de uva, nos 20 hectares que possuem, em Lageadinho, na Serra Gaúcha. Os primos, Edson e Evandro Bin sempre acompanharam a lida da família no campo. A família de descendência italiana trabalha com a vitivinicultura há três gerações.
– A gente tem orgulho de ser agricultor porque produzimos um alimento, contribuímos com o país. Além de ser a nossa sobrevivência – disse Moisés Bin.
– Nossos avôs começaram com a tradição com os imigrantes italianos. Eles vieram com aquilo no sangue. A gente só seguiu os passos da família – disse Lírio Bin.
Há dez anos, Edson e Evandro saíram de casa e foram para cidade. Eles tinham um plano a executar. Foram em busca de seus sonhos, mas prometeram aos pais que um dia iriam voltar.
– Nós fomos estudar para tentar se aperfeiçoar e fazer algo diferente pela nossa produção. Tivemos êxito em ter voltado, retornado pra nossas origens e conseguir implantar um sistema diferenciado – disse Evandro.
– Temos todo o conhecimento herdado dos imigrantes italianos. Fomos buscar conhecimento de fora para tentar inovar, juntar esse conhecimento que eles tinham com novas tecnologias e melhorar, agregando valores em cima da produção e dos produtos – disse Edson Bin.
E foi isso que eles fizeram, somaram a experiência com a técnica aprendida fora da porteira. Hoje, a uva produzida nas parreiras é transformada em vinho e suco. Enquanto os filhos estudavam, a família ergueu as paredes da vinícola. Agora, os pais cuidam do campo e os filhos da indústria.
– Todo o processo de vinificação em si, até a venda, a gente faz. Nós fizemos técnico agrícola e depois a gente estudou enologia – disse Evandro.
A vinícola foi construída com recursos próprios, investimento de R$ 300 mil. A capacidade de produção é de até 120 mil litros de bebidas, a média da família Bins é de 70 mil litros. O processo é artesanal, com ajuda de tecnologias
Em tempos de escassez de jovens na agricultura, Lírio e Moisés se sentem satisfeitos com o rumo que os filhos escolheram pra viver.
– Eu me sinto orgulhoso e feliz porque a família vai continuar o serviço. Fiquei feliz porque os primos voltaram.
– A gente ficou muito contente com isso. Hoje é difícil a juventude, segurar eles em casa, no campo, com ondas as ofertas que tem na cidade. Mas não adianta, se agente investe na propriedade, dando condições, o pessoal ainda fica, eu acredito ainda nisso – acredita Moisés.