? Feito corretamente, o desenvolvimento da bioenergia oferece a oportunidade de impulsionar o investimento e o emprego em áreas que estão literalmente morrendo de fome ? disse Heiner Thofern, que dirige o projeto de Bioenergia e Segurança Alimentar da FAO.
A posição da entidade reforça a defesa da produção de biocombustíveis em meio ao debate sobre o uso de terras agrícolas neste setor. A discussão se intensificou neste ano, depois que os preços dos alimentos atingiram recordes de alta em fevereiro. Alguns críticos argumentam que a expansão de terra dedicada à produção de biocombustíveis eleva ainda mais a pressão sobre os recursos agrícolas. Outros defendem que a iniciativa pode incentivar o desmatamento nos países em desenvolvimento, liberando mais carbono na atmosfera do que é compensado pela queima do etanol ou do biodiesel.
No entanto, a FAO afirmou que, se administrado com responsabilidade, a produção de biocombustíveis pode realmente desencadear investimentos necessários em infraestrutura agrícola e de transporte em áreas rurais. Thofern citou o crescimento de mercados potenciais de exportação para os produtos da bioenergia, como a Europa, o que daria aos países em desenvolvimento novas oportunidades comerciais.
A fim de ajudar os governos a avaliar a viabilidade do desenvolvimento da bioenergia e os impactos na disponibilidade de alimentos, a FAO desenvolveu uma estrutura para ajudar os formuladores de políticas a avaliar os prós e contras do setor.
? Nosso objetivo é ajudá-los a tomar decisões ponderadas sobre se o desenvolvimento da bioenergia é uma opção viável ? disse Thofern.