O assunto é comumente tratado como “grilagem de terras”, e algumas organizações não governamentais alertam que a prática ameaça a subsistência de pequenos produtores em países pobres e eleva os preços dos alimentos no mundo inteiro.
? A grilagem de terras é um dos exemplos mais flagrantes e escandalosos de como o sistema corporativo de alimentação dominante empurra um número cada vez maior de produtores e consumidores para a pobreza ? informou o Movimento Via Campesina.
A Oxfam pediu que o Comitê de Segurança Alimentar combata a volatilidade dos preços com a decisão de remover os subsídios concedidos para transformar os alimentos em combustíveis, regular os mercados de commodities e expandir as reservas em países pobres. A ONG também exigiu uma regulação maior dos investimentos e da governança de terras, bem como um comprometimento com a igualdade de gêneros na agricultura e um forte aumento do investimento público em propriedades agrícolas sustentáveis de pequena escala.
“O comitê concentra nossa melhor esperança de inaugurar uma nova era de cooperação que garanta que todo mundo tenha o suficiente para comer hoje e no futuro. Nós sabemos que é possível reduzir a fome dramaticamente, pois países como Brasil e Vietnã mostraram como isso pode ser feito. O que falta é vontade política adequada por parte de todos os governos para tomar decisões corajosas”, disse Barbara Stocking, executiva-chefe da Oxfam, em um comunicado.
O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, que está no poder há 32 anos e é o atual presidente da União Africana, abriu a conferência da FAO às 6h (horário de Brasília). O diretor-geral da organização, Jacques Diouf, e o diretor do Programa Alimentar Mundial, Josette Sheeran, cuja agência está fortemente envolvida nos esforços de socorro da região do Chifre da África, também participarão das negociações.
Na terça, dia 18, o ministro de Agricultura da França, Bruno Le Maire, e Jacques Diouf farão uma coletiva de imprensa sobre a questão da volatilidade dos preços – grande motivo de preocupação para a presidência francesa do grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20).