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FAO diz que é preciso investir no campo para combater a fome

Abertura da Semana da Alimentação, no Rio Grande do Sul, debateu ações do governo para apoio ao setorOs agricultores e consumidores de baixa renda podem ficar ainda mais vulneráveis à pobreza e à insegurança alimentar se o governo não aumentar as políticas públicas de apoio ao setor. A conclusão é de um grupo de economistas, pesquisadores e nutricionistas que participou nesta terça, dia 11, da abertura da Semana da Alimentação, no Rio Grande do Sul.

Os gaúchos pagam mais pela cesta básica do que os moradores de outros Estados brasileiros. Entre 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Porto Alegre aparece no topo da lista. Só o arroz subiu mais de 11% em setembro.

? A estrutura de produção do Rio Grande do Sul se especializou em produzir para exportação, então, a soja realmente tomou conta da agricultura gaúcha. E nós temos uma concentração na distribuição, ou seja, as redes de supermercados acabam sendo duas e estas redes acabam se abastecendo em São Paulo e isso acaba trazendo um custo maior para boa parte dos produtos de alimentação ? relata o supervisor do Dieese-RS, Ricardo Franzoi.

O custo da cesta básica é a principal preocupação da semana da alimentação. De acordo com os economistas, ele pode ficar ainda mais alto por causa da dificuldade de recuperação da economia mundial.

? Nós tivemos uma reversão do quadro nas últimas semanas, a partir do agravamento da crise de endividamento na Europa. Eu diria que o aumento do preço dos alimentos passa pela elevação do preço das commodities e isto repercute, entra na economia brasileira impactando sobre a inflação ? aponta o economista Antonio Carlos Fraquelli.

No Brasil, os programas adotados pelo governo federal na última década, como Bolsa Família e Fome Zero, ajudaram a melhorar a distribuição de alimentos.

? Pela primeira vez, as políticas públicas têm um impacto grande sobre a desnutrição infantil e a desnutrição materna, por exemplo. Os dados, os indicadores do Ministério da Saúde já apontam isso como um grande avanço pelo que o Brasil ganhou reconhecimento internacional por aglutinar políticas públicas que impactaram na diminuição da fome entre crianças de zero a cinco anos em um curto espaço de tempo. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação diz que é preciso democratizar o acesso aos alimentos e que isso passa por investimentos em agricultura ?ressalta a presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar do Rio Grande do Sul, Regina Miranda.

Mas ainda é preciso mais investimento no campo, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

? A agricultura familiar é fundamental no combate à fome porque as últimas estatísticas demonstram que 70% das pessoas que passam fome são agricultores familiares, agricultores de subsistência, na África do Sul, na Ásia, mas também na América Latina. Então, é importante que nós possamos integrar as pessoas na economia, através daquilo que elas sabem fazer que é a agricultura e que possam produzir com diversidade, ajudar a combater a fome e também a combater a pobreza ? afirma o representante da ONU para FAO no Brasil, Hélder Muteia.

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