Os estoques globais foram estimados em 184 milhões de toneladas em 2011, três milhões acima do previsto no início de setembro. A relação entre estoques e consumo será de 27,7%, cinco pontos porcentuais e meio acima da mínima de 30 anos em 2007/08. A nova estimativa da FAO fornece um cenário mais otimista que o do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), que estima produção de 644 milhões de toneladas no mundo e estoques de 183 milhões de t.
O governo da Austrália previu uma safra de 25,1 milhões de toneladas em 2010/11 por causa das boas condições climáticas. O país poderá exportar 18 milhões de toneladas, o que elevaria o país ao posto de terceiro maior fornecedor mundial do cereal.
O consumo de trigo deve aumentar para 666 milhões de toneladas em 2010/11, diz FAO, um milhão de toneladas a mais que o estimado no início do mês, e sete milhões a mais que no ano passado. O comércio mundial deverá atingir 120 milhões de toneladas, um milhão de toneladas mais que a estimativa anterior, mas 4,8% menos que em 2009/10.
O forte aumento dos preços dos grãos fez o Índice de Preços de Alimentos da FAO bater na máxima de dois anos em agosto, provocando o temor de uma repetição do cenário visto em 2007/08. A FAO, então, chamou uma reunião de emergência entre seus mais de cem delegados para avaliar a situação. Mas a conclusão é a de que a oferta está em níveis confortáveis.
O consumo mundial de cereais deverá atingir 2,239 bilhões de toneladas, 900 mil toneladas mais que o previsto em setembro, mas 1% menos que em 2009/10.
Arroz
A FAO previu que a produção mundial de arroz alcançará o recorde de 467 milhões de toneladas em 2010/11, 3% mais que na safra anterior, apesar da perda de 2,4 milhões de toneladas provocadas pelas inundações no Paquistão, terceiro maior exportador mundial. O consumo deverá ser de 460 milhões de toneladas e, os estoques, de 133 milhões de toneladas, ante 125 milhões de toneladas na safra anterior.