O índice mensal de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado nesta quinta, dia 6, caiu 1% em julho ante junho, para 164,6 pontos.
Na comparação com igual mês do ano passado, a queda registrada é de 19,4%. O indicador continua no menor nível desde 2009. De acordo com a FAO, a retração dos preços reflete principalmente a baixa das cotações de lácteos e de óleos vegetais, que mais que compensaram o aumento dos preços de açúcar e cereais.
O Índice de Preços de Alimentos da FAO acompanha cinco grupos de commodities em mercados internacionais: cereais, carnes, laticínios, óleos vegetais e açúcar. Nos segmentos, laticínios e óleos vegetais registraram queda na comparação com o mês anterior, enquanto cereais e açúcar apresentaram alta. O índice para carnes ficou praticamente estável.
A categoria lácteos registrou a queda mais acentuada. Em julho, o índice para esse grupo ficou em 149,1 pontos, queda de 7,2% na comparação com o mês anterior. Segundo a FAO, os preços foram pressionados pela menor demanda da China, Oriente Médio e Norte da África, além da produção abundante na União Europeia. Ainda, há relatos de que alguns produtores da Nova Zelândia teriam reduzido os preços, na tentativa de diminuir os estoques antes do encerramento do ano fiscal, em julho. Leite em pó foi o produto com maior retração, seguido por queijo e manteiga.
O grupo de óleos vegetais também apresentou uma queda importante na comparação com junho, de 5,5%, para 147,6 pontos, o menor valor desde julho de 2009. A retração, segundo a FAO, foi reflexo do desempenho dos derivados de palma e de soja. No caso do óleo de palma, a maior produção do Sudeste Asiático e a queda das exportações levaram à fraqueza das cotações. Enquanto isso, os preços do óleo de soja caíram com os amplos estoques na América do Sul e perspectiva de oferta volumosa na safra 2015/2016. Outro fator que pesou sobre os preços dos produtos do grupo de óleos vegetais foi a queda dos preços do petróleo.
Em contrapartida, o índice para o açúcar subiu 2,5% em julho, maior alta registrada no mês. Os preços foram sustentados por temores quanto ao clima desfavorável à colheita no Centro-Sul do Brasil, principal região produtora de cana-de-açúcar do País. Além disso, as cotações da commodity foram influenciadas por relatos de que as usinas brasileiras estão destinando maior parte da cana-de-açúcar para a produção de etanol, em detrimento do açúcar. Os ganhos recentes, entretanto, foram limitados pela desvalorização do real ante o dólar, alertou a FAO.
O índice de cereais subiu pelo segundo mês consecutivo. Em julho, os preços avançaram 2%, para 166,5 pontos. Entretanto, o valor ainda está 10,1% abaixo do registrado em julho de 2014. A valorização das cotações de trigo e milho sustentaram a alta, sendo que condições climáticas adversas na América do Norte e na Europa foram responsáveis por um avanço acentuado dos preços na primeira quinzena de julho. Enquanto isso, os preços do arroz recuaram, refletindo maior competição entre mercados exportadores.
O índice de carnes ficou praticamente estável, em 174,1 pontos. A FAO apontou que a valorização dos preços da carne bovina compensou a queda dos suínos e ovinos, enquanto a carne de frango ficou estável.